A Experiência, Mutação Genética - Capítulo IV - O Domínio das Criaturas

Antenor insistiu para que ao menos Jéssica pudesse passar pelo Bloqueio:

-Droga! Deixe ao menos Jéssica passar.

-Não posso fazer isso velho amigo, são ordens do Excelentíssimo Presidente da República.

-Esse não é o Waldir que eu conheço – disse Antenor, com os olhos inundados, pegando as mãos de Jéssica – escute filha, não importa o que vai acontecer comigo, mas você não irá morrer.

Jéssica abraçou o avô, que ainda olhava desolado a barreira imposta aos contribuintes. Ambos ainda usavam as mascaras por recomendação do Dr. Dutra.

No local da tragédia, o prédio abrasava-se de infinito, e os ruídos dos estrondos eram contínuos. Nenhum carro do corpo de bombeiro foi autorizado a entrar no local. Nos noticiários, o assunto do dia era essa catástrofe. As emissoras de Rádio e TV deram prioridade total ao fato.

Antenor decidiu retornar a mansão, para que pudesse ao menos equipar-se adequadamente. Carregava apenas a carabina no colo, duas pistolas cromadas na cintura e uma submetralhadora de fabricação israelense presa nas costas por uma alça. Quando se aproximou da Rua Coelho da Rocha, viu a praça tomada por pessoas contaminadas:

-Ai meu Deus – disse Jéssica.

-Acalme-se, vamos ser cautelosos.

Desceram sorrateiramente do automóvel, entraram pelos fundos da mansão. Os objetos estavam revirados, e a escada de madeira sedenta de sangue. Caminhou até o primeiro andar, e encontrou dois corpos: uma criança sem cabeça e uma mulher. Pôs-se de joelho diante das vitimas, fez o sinal da cruz, e suspirou: “descansem em paz”.

-Vovô! Olhe esta notícia – disse Jéssica lhe mostrando um computador portátil.

Antenor desceu as escadas, pegou o computador portátil e iniciou a leitura: “O Governo Federal acaba de revelar a população o verdadeiro motivo do projeto A Experiência, Mutação Genética. Segundo o renomado Dr. Dutra, era uma super substância que seria usada para fins militares, aumentando o potencial físico dos soldados do Exército. Como o projeto ainda estava em fase experimental, os cientistas só havia testado as doses em ratos de laboratório. Com o vazamento das informações, Dr. Edgar com fins maléficos tentou se apossar do projeto, porém, ao acrescentar pequenas partículas de plutônio, causou o maior desastre científico, condenando toda a população de São João de Meriti. Segundo Dr. Dutra, o ar contaminado tem 12h00min de duração”.

-Eles nos abandonaram Vovô – disse enfim Jéssica.

-Filha, você não morrerá! Acredite em mim...

Ouve-se um estrondo no corredor, e Antenor coloca o dedo indicador nos lábios de Jéssica, pedindo silêncio.

-Merda! Esqueci da janela quebrada! Vamos Jéssica!

Subiram as escadas e abriram a porta do terraço. Antenor e Jéssica Enxergavam com dificuldades devido à fumaça.

Surpreendentemente, um grupo de mais ou menos dez pessoas decidiram por conta própria combater as criaturas, e Antenor conheceu uma delas: Tenente Cesar.

-Antenor! Vamos salvá-los! Aguentem firme.

Antenor fez um gesto positivo com o polegar.

-Viu filha? Não desista, resista!

-Sim Vovô.

Jéssica deixou-se cair nos braços do avô, que lhe servira naquele momento de acalanto, porém, na situação atual, dormir era fatal. Manteve-se acordada.

Sanderson Vaz Dutra
Enviado por Sanderson Vaz Dutra em 26/11/2010
Código do texto: T2637267
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