Amor paterno

- Oi meu amor.

- Mamãe tem um mostro embaixo da minha cama.

- Nós já não conversamos sobre isso, você já esta grandinha para ficar com medo desse tipo de coisa.

Ela não agüentava mais todas as noites levantar todas as noites para verificar se havia algum mostro embaixo daquela cama, ela já sabia a resposta, mas mesmo assim ela tinha que continuar verificando. Mas ela sempre o fazia, sempre fingindo estar tudo bem. Mas dessa vez algo estava diferente, havia uma sensação diferente em relação a tudo. Havia um cheiro forte, seco, quase áspero que estava impregnando o ar, um cheiro familiar.

Havia alguém, algo atrás dela. Ela não podia ver, mas podia sentir sua presença. Havia aquela certeza de que não havia nada, mas ao mesmo tempo um horror só em pensar em olhar para traz. Ela podia sentir sua respiração em seu pescoço, e ela exalava aquele cheiro, aquele cheiro familiar. Ela podia sentir ele se aproximando, podia ouvir seus passos, o som forte que eles faziam no chão de madeira.

Então ele colocou a garra sobre o seu ombro, e um arrepio tomou seu corpo, um misto de medo e excitação. Ela sempre se assustava quando ele fazia isso, mas no fundo ela gostava, senão ele não a teria tido tantas vezes. Ela sabia que ele voltaria para buscar a filha, só não sabia que era hoje, afinal ele sempre ficou quieto vigiando ela dormir. E apesar dele ter devorado todos os outros, dessa ele gosta.

Samuel Quintino
Enviado por Samuel Quintino em 23/11/2010
Código do texto: T2631974
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