A Casa dos Horrores - O Show

Estréia hoje.

A Casa dos horrores.

Esse anúncio levou muitos jovens e adultos a sairem de casa naquela sexta feira com céu escuro e carregado de nuvens pesadas.

A fila em frente ao guiche onde vendiam os ingressos se formou bem rápido.

A cidade era pequena e poucas eram as oportunidades de diversão oferecida, então era preciso aproveitar e terror sempre atraiu o ser humano.

O espetáculo todo se passava em um casarão abandonado e com fama de assombrado.

Eles montavam toda uma parafernália, com espelhos, atores maquiados e devidamente ensaiados para provocar o medo e arrancar gritos de terror dos que se arriscavam a entrar na Casa dos horrores.

Do lado de fora, os que continuavam na fila podiam ouvir vindo de dentro da casa gritos desesperadores, apavorantes, que apesar de os deixarem com muito medo, os deixavam ainda mais com desejo de participarem do show.

Cada cômodo da casa era um susto, múmias, noivas ensanguentadas, zumbis que vinham para cima dos que aparentassem estar com mais medo.

Enfim, pessoas com problemas cardíacos eram aconselhados a não entrar.

Entravam em grupos de cinco ou seis, normalmente conhecidos.

E quando saíam, com olhos arregalados os comentários eram diversos, mas todos eram satisfatórios.

Mas um dos cômodos eram os mais comentados.

O cômodo em que era feito um velório, com um caixão negro, rodeado por pessoas todas vestidas de negro e que choravam muito.

O caixão estava lacrado, e depois de alguns minutos que as pessoas entravam nessa sala, a porta do cômodo se trancava do e podia se ver através da pouca iluminação que algo começava a pingar do caixão. Sangue.

Muito sangue. E as pessoas que velavam choram ainda mais, mas continuam imóveis, com cabeças baixas e olhando para o chão.

Ouve-se então gemidos vindo de dentro da urna funerária, o que faz com o grupo de visitantes se apavorem e corram para a porta. Trancada.

Os gemidos aumentam de intensidade e os choros também.

Os visitantes começam a forçar a porta gritando desesperadamente.

Quando olham para o tal caixão no centro da sala, gritam mais ainda.

Mesmo com a tampa fechada, ele veêm um espectro saindo como uma névoa e desaparecendo ao encontrar o teto.

Ao mesmo tempo que as pessoas de negro que velavam o caixão fixam seus olhares em direção ao visitantes.

E para o desespero deles notam que não são mais seres vivos mas sim apenas caveiras.

Apenas ossos. E que se desintegram imediatamente.

Praticamente todos comentam sobre esse quarto quando saem da casa.

Devido ao sucesso do show, permanecem abertos até mais da meia noite.

Duas horas da madrugada, sai o último grupo e comentam sobre a sala do velório.

Sucesso total.

No final do expediente, os seguranças que ficaram todo o tempo observando a entrada e saída do público comentam com os artista sobre a ta sala do velório que causou tanto pavor e despespero aos visitantes e parabenizam-os pelo novo cômodo montado na casa dos horrores.

E mais horrorizados ficaram todos eles, quando o responsável por todo o espetáculo, meio sem saber do que eles estão falando os informa que nenhum quadro ou cenário novo foi acrescentado.

E que inclusive quando alugaram o casarão para o espetáculo, foram instruídos pelo dono do prédio que no casarão, havia um quarto no final do corredor, que deveria permanecer fechado, mas que nenhuma outra informção nos seria dada.

Essa a condição para alugarmos o casarão.

Todos se olharam sentindo um pavor subir pelos seus corpos.

No dia seguinte anunciaram que estavam de partida da cidade.

Mas a partir dessa noite, a sala do velório os tem acompanhado onde quer que eles se apresentem.

Quem sabe um dia desses eles não apareçam na sua cidade, vai saber.....

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 21/11/2010
Reeditado em 26/11/2010
Código do texto: T2628840
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