Bem-Vinda, Querida Emily

Emily, uma garotinha de sete anos, brincava de bola em frente a mansão do outro lado da rua de sua casa. Uma mansão antiga, estava abandonada a anos. Emily batia a bola varias vezes na parede, quando escapava ia buscar e voltava a brincar. De repente Emily jogou a bola e um vento forte passou por ela levando a bola leve pra dentro da mansão.

            Emily, inocente, se viu com medo de entrar na casa, porém, queria sua bola de volta, queria voltar à brincar, pegou seu ursinho, que tinha deixado perto da árvore, abraçou forte e passou pelos portões enferrujados e antigos, antes de entrar deu um suspiro, entrou em silêncio, com medo e agarrada ao ursinho. Passou pelas portas de madeira antiga.

__Olá! Alguém fica aqui? – Perguntou Emily, inocentemente para a mansão vazia que fez eco – Acho que ninguém esta aqui, não é, Patch? Vamos embora, peço a mamãe uma nova bola – Sorriu falando com o seu ursinho. No fundo assustada.

            Virou-se para ir embora, e quando foi sair pela porta de madeira, elas fecharam rapidamente, estúpidas e fez um enorme eco na mansão, deixando Emily com medo. Emily soltou Patch e começou a bater na porta com força, gritando de medo, queria sair dali, pobre criança. Desistiu rápido, pois não tinha força o suficiente, com os olhos transbordando, voltou a pegar Patch e observou bem a casa antiga, mal iluminada pelo céu esbranquiçado lá fora. Agarrou Patch com força quando ouviu uma voz, uma voz estranha, mas calma “Emily, Emily, venha, venha até mim”.

__Quem é você? Onde você esta? – Perguntou Emily com medo e andando pela mansão.

            “Aqui minha criança, suba as escadas”

__Não, estou com medo, venha me buscar, então. – Emily estava chorando em silêncio.

            “Você quer sua bola, não quer, Emily? Menina linda”

__Quero sim, você vai me dar? – Emily percebeu que falava sozinha, estremeceu com medo, percebeu que nunca havia falado seu nome – Como sabe meu nome?

            “Ora, Emily... Então venha aqui em cima pegar, estou esperando a porta esta aberta, responderei suas perguntas, linda garotinha”

__Eu não quero mais a bola, quero ir embora, abra a porta pra mim? Por que fechou?

            “Está com medo, queria Emily, você tem medo? De mim, por que, só quero lhe conhecer” A voz agora pareceu maliciosa.

__Claro que não, não tenho medo.

            “Então por que choras, pobre criança?”

__Não estou chorando – Passou a mão pelo rosto, secando de mal jeito as lágrimas que escorreram – Quem esta com medo é Patch, ele tem medo de você, ele chorou, por que fez Patch chorar?

            “Patch, hmmmm, Patch desculpe-me era sem intenção, por que não deixa-me conhecê-lo junto a Emily? Diga à ela pra vir aqui, em cima comigo, diga?” Ouve uma pausa “Ouça ele diz que sim Emily, vem até aqui agora que Patch concorda?”

            Emily sabia que estava mentido, ouviu um barulho vindo da cozinha, um vidro caindo, ficou com medo, pensou que algo viria até ali, então subiu correndo as escadas velhas com um tapete vermelho desbotado. Escorregou na última escada, levantou-se de vagar e olhou seu joelho com um pouco de sangue, voltou a agarrar Patch que havia caído e subiu o último degrau, ignorando o arranhão ardendo. Observou o lugar de cima, e ficara espantada, estava com medo, um berro saiu por sua boca ao ver um pouco de sangue escorrendo pela parede.

__E-Emily se cortou, e-e agora? Cadê você? Emily está a-aqui... Por que tem sangue na parede? Posso ir embora pa-para mamãe me curar? Deixe-me ir embora? – Falou Emily com medo, ouviu outro barulho lá em baixo, um móvel caindo, não sabia qual. Portas rangeram e no fim do corredor abriram duas enormes portas para um próximo cômodo.

            “Emily, não é nada, eu limparei depois, e venha aqui, eu... eu, vou cu-urar você, mas é claro”

Emily deu alguns passos, o lustre a cima dela mexeu, fazendo um enorme barulho, as velas ali acesas, apagaram-se. Sentiu um enorme calafrio arrepiar seu corpo, olhou pra cima e estava parado com somente algumas rachaduras no teto ao lado do lustre, deu a volta no lustre e continuou andando bem de vagar, com medo, que agora a possuía. Ouviu um berro de um homem, um berro de agonia, de dor, de... Medo.

__O-o que foi isso?

            “Não foi nada Emily, querida... Foi apenas um amigo... Feliz”

            Emily sabia que aquilo não era um grito de comemoração, e sim de dor. Viu uma janela ao lado e penso em jogar-se dali, mas era burrice de mais, ela morreria.

__Emily tá cansada, com fome, com sono, com dor no joelho. Posso ir embora, outro dia volto? – Ela não voltaria, jamais.

            “Emily, amiga... Vou curar-lhe, dar o que comer, deixar-lhe dormir, só venha me conhecer? Por que tem medo de mim? Sou sua amiga”, a voz parecia um tanto irritada, aguentado uma criança.

Era exatamente o que fazia. Emily viu a bola pular, saiu quicando pelas paredes, ela veio da misteriosa porta que se abriu sozinha.

__Minha Bola – Exclamou Emily, que correu atrás dela, com Patch em só uma das mãos, não conseguiu pegar. Quando Emily notou onde estava indo, já estava dentro da sala estranha, pegou a bola pelo menos, mas ao virar-se as portas fecharam-se num estrondoso estalo na mansão. A voz de quem seja, usou a bola para distrair a garota inocente.

            “Boa garota, Emily, veio até mim”

__É... é... E-Emily veio, e cadê você? – Emily olhou a sala vazia de grandes janelas que davam vista para o nada da floresta, uma sala completamente suja, móveis quebrados no chão, uma aparência feia. As janelas iluminavam poucas coisas, tinha muitas sombras ainda. Emily viu sangue novamente na parede. Emily começou a chorar, e um grito de pavor escapou por seus lábios. Apertou os olhos, largou seus brinquedos e ajoelhou chorando.

            Levantou a cabeça de vagar e olho pra trás, pensou ter percebido alguém ali, e acertou... Um enorme homem bode, de músculos largos, alto, pircing no nariz e nas orelhas, segurando uma enorme foice cinza e com um pouco de sangue fresco na ponta, provavelmente passara em alguém a pouco tempo atrás como... O homem que gritou pensou Emily.

            O demônio bode, Baphomet estava com a foice levantada, por algum razão ele queira matar Emily, pegar sua alma para si, mas ao ver o rosto ingênuo da garota, começou a abaixar a lâmina, ele não entendia mais de algum modo sentiu dó, o que nunca sentira antes. Estendeu a mão para a garota que recusara a aceitar. Bufou, estendeu de novo, e com medo, de vagar Emily pois a mão sobre a dele, ele a puxou com tamanha força para si mesmo, num abraço estúpido, lembrou-se de sua filha morta, Emily lembra-lhe ela, tinha os traços iguais.

            Emily chorava em seu peito.

__Me deixe ir pra casa, senhor? – Disse com medo.

            Lúficer de repente aparecera, com sua estranha aparência deformada e com raiva e malícia nos olhos, Emily não o via, Baphomet sabia que Lúcifer fez ele buscar a alma da garota, por apenas gosto de rir de sua cara de angústia ao ver a menina. Apertou os olhos, segurando a raiva que sentia, Baphomet suspirou.

__Desculpe-me, pobre criança.

            Levantou sua foice, ficou de pé e mutilou a garotinha que agora jazia em pedaços no chão da mansão, seus pedaços e seu sangue agora espalhados pelo local, uma lágrima escorreu por seu rosto, Lúcifer riu alto, muito alto. Baphomet estava com raiva, muita raiva.

__O que farás, esquentadinho? Vai matar a mim? – Riu novamente – Lhe vejo no inferno, escravo – Sumiu por suas chamas, rindo de Baphomet que soltou um berro que estremeceu o quarteirão todo, um berro que continha raiva e tristeza. Baphomet não levou a alma consigo ao inferno, Lúcifer aprontaria mais algumas, ele sabia disso, Lúcifer sempre adorou brincar com sua cara. Selou a alma de Emily na mansão, e ali seus restos permaneceram mórbidos pro resto dos tempos, até provavelmente demolirem á mansão.

Luna Lycan
Enviado por Luna Lycan em 21/11/2010
Reeditado em 21/11/2011
Código do texto: T2627484
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.