A Experiência, Mutação Genética - Capítulo I - "O Acidente"

Passava das 23h: 30min, quando houve os primeiros sinais bombásticos da falha humana numa experiência mal-sucedida. Foi no Centro de Pesquisas Dr. Agostinho Porto, em São João de Meriti, no Rio de Janeiro. A substância altamente tóxica exalara rapidamente no ar, causando convulsões em algumas pessoas que passavam naquele local; onde havia festa junina. Muitas foram salvas a tempo, socorridas por amigos, porém, outras morreram no local, pisoteadas e pelo alto teor maléfico da substância.

No hospital, no centro de Vilar dos Teles, um pouco menos de uma centena contaminados pelo vírus. Os pacientes permaneciam desacordados, porém, com hematomas pelo corpo. Um deles, aparentando ter meio século de idade, demonstrava sinais inacreditáveis de mutação. Seu corpo rejuvenescia de maneira estranha, dando-lhe garras e músculos de atleta. Seu rosto era tomado por um negror de pelos, causados pelos efeitos das drogas laboratoriais.

De súbito, o homem se levanta velozmente agarrando uma das enfermeiras pelo pescoço, esmagando-lhe a garganta, fazendo-a vomitar sangue. Um estagiário assistiu toda cena, e correu em direção à portaria do hospital avisando a segurança. Quando olharam pelo circuito interno de segurança, viram uma cena inédita: todos os leitos tomados pelos monstros humanos. Os seguranças fizeram o que puderam para salvar as crianças, todavia, já era tarde.

Não restava alternativa a não ser o extermínio, seria a melhor solução para evitar uma tragédia maior. Tudo isso aconteceu em um quarto de hora, não dando tempo o suficiente para alertar as autoridades.

Correndo para saída, o segurança diz:

-Saiam! Não há mais ninguém vivo!

O disparo de tiros despertou a curiosidade da vizinhança, que logo se aglomerou defronte ao hospital. Desesperado, os seguranças suplicavam:

-Afastem-se! Por favor! Chamem a polícia!

O clima estava cada vez mais tenso, a porta principal da unidade estava fechada, na tentativa de manter as criaturas confinadas. Porém, um corpo sedento de sangue, fora jogado em direção a porta, explodindo-a com o fortíssimo impacto. O cadáver estava irreconhecível, muito dilacerado, sem os olhos, às tripas penduradas na barriga que já não existia; e sem o braço direito.

-Meu Deus! – exclamou uma senhora.

Toda multidão dissipou-se aleatoriamente para todos os lados, buscando se proteger como podiam, mas, algumas pessoas que estavam mais próximas, não tiveram a mesma sorte. A tragédia consumou-se bem diante dos moradores de Vilar dos Teles.

O que se via naquela noite sangrenta, eram monstros humanos, rastejando corpos pelas ruas, invadindo casas pelas janelas, destruindo tudo que encontrava. Iniciava-se a carnificina.

Numa mansão em Agostinho Porto, bairro vizinho de Vilar dos Teles, Antenor, Sargento aposentado recebia a notícia do desastre por telefone:

-Vovô! Estou com medo! Tem monstros aqui!

-Como é que é? Que história "maluca" é essa Jéssica?

-Não é história maluca Vovô! Acredite em mim.

-Acalme-se filha, estou indo. Não saia por nada! Tranque tudo.

Pusera o telefone no gancho, e ligou o rádio, que já estava sintonizado na Band News FM, e ouve a notícia: "Acaba de acontecer um acidente grave no Centro de Pesquisas Dr. Agostinho Porto, deixando muitas vítimas fatais. Ainda não há um número exato de mortos e feridos".

Antenor lembrou da vacina que estava sendo desenvolvida com células de animais, e olhou para o local. Estava em chamas.

Final do primeiro Capítulo, postarei o segundo em breve!

Sanderson Vaz Dutra
Enviado por Sanderson Vaz Dutra em 19/11/2010
Código do texto: T2625392
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