Um lugar à mesa
Há muitos anos Laura sentou-se pela primeira vez em dos lugares daquela mesa, eram dias felizes ao lado do seu namorado, até que...
Os idos de 1930 eram anos violentos, entre o Harlem, Bronx e Queens vagava alguém que vivia com Laura, John fox, uma raposa verdadeira, como o apelido fox quer dizer.
Traficante, ladrão, mafioso, e o pior de tudo um assassino frio que era a máquina de matar a serviço de todos os chefões dos EUA.
Laura uma mulher recém saida da adolescencia, vindo do interior do Arizona, uma enfermeira que foi transferida, para como ela mesma dizia, os braços de seu amor.
Era um amor bandido como todos os amores bandidos que existem, Laura convivia com a vida suja de john, escondeu drogas em casa, mercadorias roubadas, e vidros com cianureto, usadas para matar inimigos capturados na briga furiosa da máfia por pontos de vendas.
A madrugada de 22 de Dezembro de 1931 foi especialmente inesquecível pra Laura, neste dia olhou da janela de seu quarto o cadilac preto estacionar lá embaixo e alguém vir lhe trazer a noticia de que john estava no morto, fora retalhado na guerra mafiosa que infestava a cidade.
Algum tempo depois, vieram homens de seu grupo buscar as mercadorias, mas não levaram todas, algumas ficaram no sotão, ao alcance da mão por um alçapão no quarto e Laura sabia como chegar lá, e mais, ela sabia o que eles não levaram.
Nunca em nenhum momento da sua vida futura após a morte de John, Laura arrumou a mesa apenas com um lugar posto, eram duas as cadeiras, dois os pratos e talheres.
Envelhecera com os fantasmas de John lhe visitando sempre que a saudade o evocava, já faziam 25 anos que john partira e como uma ladaínha inexplicável, iam dias e vinham dias e tudo para Laura era a repetição de cada nostalgico dia de sua vida.
Laura, fez 35, 45, 55, 65 anos, tudo envelhecera ao seu redor...
Aquele domingo amanhecera lindo, o sol vibrante trouxe até a janela da sala, Laura, olhou o horizonte, uma lágrima lhe molhou o rosto.
Logo depois ela esta na cozinha e como sempre começou a fazer o almoço para aquele belo domingo.
Eram 12 horas o almoço estava pronto, pos a mesa, como de costume, diferentente de outros dias, havia um pequeno estojo ao lado de seu prato serviu o almoço, pegou o estojo abriu, reluziram em ouro maciço as duas alianças, dela e de John, acariciou-as levemente, ergueu o fundo aveludado vermelho do estojo e pegou o vidro de cianureto, colocou dentro da boca o cianureto granulado, tomou um gole de água, e foi sentar-se na varanda do apartamento, em breve começaria a longa viagem...
Malgaxe