Espírito Sem Luz
Ela olhou para o rosto de seu irmão, que dormia. Um jovem e belo rapaz.
Ela não sentia nada dentro de si. A alma fora tomada por um enorme vazio.
Ela era franzina, delicada.
Mas era também muito determinada. O que tinha de ser feito seria feito.
E a delicadeza se converteu em firmeza. Franzina, ela achou forças que nem imaginava possuir.
E o golpe foi certeiro. Atravessou o coração, quase sem resistência.
Não houve tempo para reação, exceto as involuntárias: o rosto de seu irmão se abriu numa expressão que misturava a surpresa e a dor.
Ela não se deteve. Rapidamente, cortou-lhe a cabeça.
****
Mais tarde ela queimaria a cabeça e o corpo, separadamente, tendo o cuidado de não retirar a estaca de madeira que lhe cravara no peito.
Sinal de que tudo dera certo, as grandes presas se retraíram e os lábios de seu irmão se fecharam num sorriso.
Ele sorriu, ela chorou. Finalmente.
Finalmente, lhe era permitido chorar a morte de seu irmão.
Ele não era mais um espírito sem luz.
***FIM***
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