Sacrificio de Sangue

Quero dedicar esse conto a um amigo que talvez nunca o leia, ao Srto. "Chico Holanda", figuraça. Também quero dizer que essa história tem "pitadas" de realidade. Obrigado a todos vocês.

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Em uma encruzilhada com um punhal nas mãos, uma vela negra acesa, era meia-noite em ponto. Uma sombra se mexe na escuridão, por um segundo desconheço o meu companheiro na outra ponta da encruzilhada, ele também tem um punhal nas mãos. Começamos então a entoar a oração:

“Cabra Preta milagrosa que pelo monte subiu, trazei-me...” e assim fizemos a oração da Cabra Preta Milagrosa, retirada do livro negro de São Cipriano. Pablo a fez com meu nome e eu fiz a oração com o seu nome. Fizemos nosso pacto, estava consumado, devíamos esperar alguma entidade aparecer e tentar falar com ela. Queríamos riqueza, queríamos talento, queríamos crescer na vida, queríamos poder e queríamos a cima de tudo glória. Enquanto esperávamos, bebemos cada um, duas taças do vinho barato que eu tinha comprado, fumamos um ou dois cigarros, quando de repente, um vento muito forte apaga o fogo da vela, o ar fica mais pesado do que de costume e um frio intenso se bate sobre nós, era chegada à hora. Nossa chamada fora atendida, mas eu não sabia quem estava falando do outro lado.

- Quem está ai? – perguntei.

Não tive resposta, apenas o vento soprava. De novo perguntei:

- Quem está ai?

Escutei um grunhido, algo indescritível. Um enorme arrepio correu pela minha espinha, não sabia o que era aquilo, mas sabia que ela me daria à fórmula para alcançar os meus objetivos, seja por bem ou por mal. Uma terceira vez arrisquei:

- Quem está ai?

Dessa vez, uma voz rouca e fina me respondeu:

- Eu sou Behemoth. – e ao longe ouvi um grito, fino e rouco, parecia um elefante.

- Ó grande Behemoth, atenda nosso pedido, procuramos glória, riqueza e sexo.

Nesse momento, não pude ver, mas sabia que era o Pablo, escutei um grito de dor lancinante, voltei e caminhei até onde Pablo estava. Do chão haviam saído enormes lanças negras de ponta afiadíssima, ele havia sido trespassado por ela, estava agora parecendo um queijo minas. O terror e o ódio se apoderaram de mim, mas o medo por ter um demônio antigo ali, bem na minha frente me conteve. Voltei-me para onde vinha a voz e perguntei assustado:

- Mas, o que é isso? Você também vai me matar?

- Não sacerdote, essa não era sua oferenda de sangue? – disse a voz.

Nesse momento, entendi o que ele queria dizer, o demônio achava que eu era um antigo sacerdote hebreu e o meu amigo Pablo uma oferenda de carne humana, meu deus Pablo estava morto, o que eu fizera. Tentei me vingar do demônio, mas eu um pobre mortal não tinha forças o suficiente para nem sequer feri-lo. Não tinha outra opção, tive que fugir do lugar, quanto mais eu corria noite adentro, mais eu sabia que alguma coisa me perseguia, alguma coisa má e antiga. Cheguei à minha casa e tranquei todas as portas e janelas, o medo em mim era aparente. O demônio queria me pegar, não sabia o que fazer. Escuto pancadas fortíssimas na porta da frente, é ele, é chegado à hora de ele me pegar. Corri para o computador e comecei a escrever essas linhas antes que ele me pegue, deixo aqui registrado que, o que fiz, não foi por mal, foi por puro...

Nesse momento, Tiago é erguido por uma força sobrenatural, que o faz rodopiar no ar, impossível de não ter o pescoço quebrado pela força centrípeta do movimento brusco.

João Murillo
Enviado por João Murillo em 04/11/2010
Código do texto: T2596159
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