Chapéuzinho Vermelho (de sangue)

A floresta ja estava ficando escura, mas ela tinha de chegar até a casa da vovó.

Os doces precisavam chegar e adoçar a vida da vovó.

Se ela tinha medo? Bem, talvez um pouco, mas sabia que o lobo havia sido preso e mandado para algum zoológico por aí.

Continuava a caminhada cantarolando e saltitando.

Ela agora era uma mocinha. E o lobo não estava mais por ali.

Mas....

De repente ela ouve passos na floresta.

Quem seriam?

- Olá. Tem alguém aí?

Silêncio. continuou a caminhar.

Mais barulho de passos.

Parou de novo e gelou ao ver meio escondido atrás de uma árvore um belo rapaz, todo vestido de preto. Assustou-se. Afinal nunca o tinha visto por ali.

Chamou-o. Ele se virou. Era até bonitão e se aproximou.

Um galã; pensou ela.

Ele perguntou para onde ela estava indo, ela respondeu que ia ver a vovó.

E ela viu nele o mesmo olhar do lobo, porém mais malicioso e maldoso.

Teve medo e continuou seu caminho.

Para seu desespero o rapaz reapareceu em sua frete.

Seu sorriso era dificil de resistir.

Disse a ela que sabia um atalho.

- De novo não - pensou ela.

Nada de atalhos. Vou pelo caminho certo.

Ele insistiu. Ela aceitou.

Ele pegou a mão dela. Ela deixou.

Quando menos esperava estava dentro da casa do tal moço bonito.

Seu olhar malicioso a deixava desconcertada.

Ele fixou seu olhar nos olhos dela. Era uma tentação.

Era atraída por ele. Não podia resistir.

Ela foi se aproximando sem poder se controlar.

Ele lá na cadeira sentado.

Olhar fixo. Obcecado.

Ela se aproximando.

Bem perto.

De repente ele desvia o olhar.

Os punhos dela voam em direção ao seu rosto.

Sangue espirra pelo ar. Outro murro.

Mais sangue. Mais murros.

Sua cabeça tomba para trás.

Seu pescoço exposto.

Os dentes cravados. O gosto de sangue quente.

Escorre pelo canto de sua boca.

Dentadas e uma fome saciada.

Ela se limpa. E retoma seu caminho.

Bem que ela avisou sobre não pegar atalhos.

Ele não quis ouvir.

Sorte teve o lobo mau que foi preso.

Mas a mesma sorte pode não ter a vovózinha.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 10/09/2010
Reeditado em 10/09/2010
Código do texto: T2490643
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