Morra, Minha Querida

Minha esposa e eu brigavamos muito, resolvemos nos divorciar, aquela cadela queria tudo o que eu tinha, havia conseguido com o meu suor, ela e o Mauricio seu advogado, iriam roubar tudo, a casa, o carro e mais a metade da poupança. Eu trabalhava como um burro e ela ia para o salão, para o shopping, gastar todo o dinheiro com coisas fúteis mas, na época, eu achava que eu deveria ganhar e ela deveria administrar.

A idéia do divórcio veio há pouco mais de uma semana atrás, as brigas constantes já estavam me deixando meio louco, eu não sabia mas, estava despertando o meu lado sombrio, uma noite eu pensei em matar Patrícia, acordei no meio da noite e peguei o travesseiro mas, não tive coragem de términar o serviço, apenas virei para o lado e com lágrimas nos olhos voltei a dormir. Minha esposa nem notou mas, aquela idéia começou a martelar em minha cabeça, a cada briga ela batia com mais força, no café da manhã, Patrícia só por pirraça não colocava açucar para mim, e lá ia uma confusão, de tudo faziamos uma briga, ela andou até me arranhando com suas unhas. Não transavamos a mais de duas semanas, era horrível conviver com ela, ainda amava ela mas, acho que ela não me amava mais, e a tênue linha entre ódio e amor não resistiu, nem eu, nem ela saíamos de casa sofriamos juntos, não sei o motivo de não sair mas, como já disse era foda.

A gota d´água que fez o oceano de ódio transbordar foi quando eu cheguei do trabalho um pouco mais cedo e encontrei ela na cama me traindo com o advogado, Maurício e Patrícia estavam transando na nossa cama como dois animais, ela fazia de um jeito que nunca fez comigo, resolvi não atrapalhar, meu coração de homem traído gritava por vingança, saí de casa e fui até a zona da cidade, peguei a primeira rapariga que eu vi e levei ela para o motel, foi a pior besteira que já tinha feito na vida, descontei meu ódio na pobre da prostituta, bati nela e a deixei desmaiada, meu lado sombrio deu as caras a primeira vez. Na segunda vez, poderia ser mortal.

Passaram-se alguns dias, eu sabia que a Patrícia estava tendo um caso com o advogado, sabia que o cara ia me foder na justiça, sabia que ia ficar sem nada, aquele infeliz nunca tinha perdido nenhuma causa e ainda comendo minha mulher, aí é que ele ia me foder geral.

Amava a Patrícia, pena que não era recíproco, resolvi que ela seria minha e de mais ninguém, resolvi que iria matar ela, não sei o que passou pela minha cabeça mas, nessa louca vida que já está preste a términar, a gente faz muita merda.

Naquele dia, não fui trabalhar, saí e comprei um três oitão na feira, e voltei para casa, esperando minha mulher, Patrícia chegou e foi direto para o banheiro, ouvi ela ligando o chuveiro, eu ia dar uma última chance para ela, iria entrar no banheiro e implorar que ela me perdoasse e esquecesse toda aquela caretice, toda aquela idiotice e que nós pudessemos voltar ao ínicio do nosso casamento e tudo mais. Entrei no banheiro, ela tomava banho com a porta do box aberta, pude ver aquele corpo lindo que eu tanto adorava beijar mas, que agora outro beijava, ela olhou para mim com uma cara de desprezo, eu me ajoelhei e lhe implorei por perdão, ela riu da minha cara, dizendo que eu já fazia parte do seu passado. Nesse momento, o sangue esquentou, e eu fiz a maior merda de toda a minha vida, tirei o oitão e dei dois tiros nela. Ela caiu sangrando, para ter certeza que o trabalho estava bem feito dei-lhe ainda um tiro na cabeça.

Quem quiser ler o conto com o final alternativo: http://www.recantodasletras.com.br/contos/2486087

João Murillo
Enviado por João Murillo em 06/09/2010
Reeditado em 08/09/2010
Código do texto: T2482300
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