demônios do banheiro
Madrugada. O sono pesado.
O frio infernal.
O aconchego dos cobertores.
Mas a necessidade é maior que tudo isso.
Ele deixa seu corpo escorrer pela cama, se agasalha e se arrasta até o banheiro.
Sono. Muito sono.
Acomodado no vaso, se esquece do frio e do desconforto.
O sono vem e se apodera de seu ser.
De súbito a luz se apaga. Breu. negrume total.
Imóvel. Consegue ouvir sua respiração.
Outro som o incomoda, como se algo se arrastasse de dentro do ralo.
Algo como grunhidos e gemidos.
E o cheiro insuportável que impregna o ambiente.
Forte. Chegando a arder o nariz.
Algo como amônia misturado com éter e enxofre.
Continua imóvel, mas sente a presença de alguém a seu lado.
Sente uma respiração ofegante a seu lado.
Passos leves. Ventos.
Ele sente um calor, está transpirando frio.
Sua boca está seca. O medo toma conta dele.
O sono se foi e deu lugar ao pavor.
Nenhuma lua. Nada. Escuridão.
Sua cabeça começa a girar.
De repente seu cotovelo escapa de cima dos joelhos.
A luz volta. Os barulhos se vão.
O mau cheiro deixa o ar.
Sono. Apenas pegou no sono.
Nada de passos, respirações ou odores.
Apenas uns minutos de sono.
Bem....
Pelo menos foi o que ele pensou quando voltou para a cama;
sem perceber que a tampa do ralo estava fora de lugar.
Melhor pensar assim....