Jonas, O Estripador

Jonas trabalhava no matadouro municipal da pequena cidade de Meruoca (251 km de Fortaleza, no Ceará), era o melhor açogueiro de toda a serra, ninguém limpava e cortava um boi como ele, tirava a pele de ovinos rapido como um raio, morava sozinho em uma casinha vizinho ao matadouro, afinal, era também o zelador do local.

Toda a cidade estava em festa pois, havia um grande festival na cidade, música, muita gente, alguns vindos da capital, outros de cidades vizinhas, bandas tocavam do axé ao forró, entre outras coisas,afinal era carnaval no interior. Jonas resolveu brincar os dois dias antes da quarta- feira de cinzas, nunca tinha visto uma festa como aquela, afinal era a primeira vez que tinha um carnaval daqueles na cidadezinha, Jonas caiu pra dentro, dançou, bebeu e fumou. Até que ele viu no meio da multidão uma menina que lhe chamou a atenção, Raíssa era linda, loira, corpo bem torneado, seios fartos, cinturinha de violão, uma visão de Afrodite e parecia estar sozinha, Jonas se apaixonou perdidamente, pelo menos assim ele pensava pois, se dizia acreditar em amor a primeira vista, não perdeu tempo, foi conversar com ela, eles "ficaram" a noite toda, Jonas sentiu as borboletas no seu estômago voando como nunca voaram antes. "Seria amor?"- Jonas ficava se perguntando mas, não sabia ao certo, sabia apenas que era algo muito especial que sentia por aquela menina. Passaram a noite e o outro dia juntos, o sexo com ela era fantástico.

A noite, uma punhalada no coração de Jonas, ele viu Raíssa no fim da festa "ficando" com outro cara, Jonas se encheu de ódio, extamente naquele momento, seu coração fora tocado pelo demônio, sentia não mais as borboletas, mas verdadeiros morcegos de ódio voando dentro de si, Jonas simplesmente, surtou foi até Raíssa para tirar satisfações. Lá ouviu o seguinte:

- Era apenas um amor de carnaval. - mas, ele não conhecia esses tipo de amor.

Jonas foi em casa e pegou duas cordas e Tãnia, sua faca preferida , com ela na mão ninguém jamais o superou no matadouro ou em qualquer açougue daquela regiao, ele e Tânia eram admirados porém, Jonas não usaria aquela faca para limpar e cortar carcaças de bois ou de cabras, Jonas usaria para retalhar pessoas.

Jonas voltou para a praça, notou que o movimento estava começando a diminuir, e Raíssa e o seu "ficante" continuavam a se beijar loucamente, quando eles se levantaram e rumaram para um lugar "mais reservado', Jonas foi atrás, eles estavam debaixo de uma grande mangueira, ele estava deitado em cima dela, Jonas não falou nada, enfiou a faca direto nas costas do infeliz, Raíssa pode sentir o gosto de sangue que vinha da boca de seu "paquera", Jonas puxou a faca e chutou o infeliz de lado, amarrou Raíssa e cortou-lhe a língua, para que ela não gritasse, amarrou o probre moribundo de cabeça para baixo em um galho e abriu-lhe o abdômen como se fosse um de seus bois, arrancou-lhe então, as tripas e o deixou jazendo pendurado.

Com Raíssa, Jonas não foi menos cruel, todo seu amor havia se transformado em ódio, a tênue linha entre esses dois sentimentos fora quebrada pelo demônio que tocara o coração de Jonas, ele cortou os calcanhares dela e disse que ela estava livre para ir mas, quando ela foi correr, não tinha o apoio necessário e caiu, Jonas então, amarrou ela novamente, e a dependurou num outro galho e também fez seu trabalho macabro.

Jonas então, decidiu fugir, roubou uma moto e fugiu para o Sertão Central, nunca mais foi visto por aquelas terras mas, ficou conhecido como "Jonas, O Estripador".

João Murillo
Enviado por João Murillo em 04/08/2010
Código do texto: T2418782
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