O Goleiro que matava

O telefone celular vibra dentro do quarto do hotel. O ar inspirava apreensão. Mais dois toques. Eliza entra no quarto e procura o celular apressada. Jazendo sobre a cama, o aparelho vibra mais um vez. A luz do visor chama sua atenção de Eliza. "Número não identificado" é o que se exibe na tela. Ela atende e do outro lado da linha uma voz maliciosa diz:

- Estamos passando aí, já está pronta?

- Em 30 minutos.

Um carro para na frente do hotel. Dentro dele, um homem e um adolescente conversam.

- Vá para traz do banco, vamos pega-la de surpresa.

O telefone toca novamente, Eliza já sabe que a esperam. Ela pega o bebê no colo e desce pelo elevador para a entrada principal do hotel.

Eliza entra no carro, pela porta de trás e sente-se no banco segurando o bebê no colo. Nenhuma palavra é dita entre eles. Por sua parte, se achava satisfeita com o desfecho da história. Para ela finalmente acabara ali. Conseguira que Bruno aceitasse realizar o exame de DNA. Macarrão, com toda frieza, já sabia o que realmente iria acontecer.

No meio da viajem Eliza percebe que não está indo ao encontro de Bruno e começa a desconfiar que algo ruim poderia acontecer. Começou então a questionar Macarrão, que facilmente ficava irritado. A discussão piorou e Eliza começou a tentar agredi-lo.

Nesse instante, "J" sai de trás do banco e ameaça Eliza com uma arma. Ela, no reflexo, consegue derrubar a arma. O bebê chora em seus braços. Debruçando-se sobre o banco conseguiu pegar a arma e pressionou o gatilho, apontando para "J". A arma falhou, não estava carregada. "J" aproveita o momento de desesperança de Eliza, lhe toma a arma e desfere 3 golpes na cabeça. Eliza fica inconsciente, e "J" lhe toma o bebê, que ainda chora. Manchas de sangue se espalham pelo vidro e banco do carro.

Bruno ficou surpreso ao ver pela janela externa da casa, Eliza, com uma faixa na cabeça, sentada no sofá de sua casa no sítio com o bebê no colo.

- Agora que vocês já fizeram a besteira, resolvam. Não quero saber, não sei de nada. Na primeira vez já deu "m...", não quero mais problema pro meu lado.

Bruno volta para o Rio.

Macarrão e "J" para que Eliza se arrume para que eles possam levá-la ao encontro de Bruno. Porém, levá-la-ia para a Morte.

Chegaram uma casa com aspecto aparente normal. Logo na chegada, os latidos dos cães chamavam a atenção. De dentro da casa, saiu um homem de aparência que fazia a maliciosidade de macarrão parecer inocência.

Eliza não entendia o que estava fazendo naquele lugar e porque Bruno estaria ali. Morrer, não passava pela sua cabeça. Afinal depois de ter dado queixa de Bruno na polícia, gravado vídeos sobre ameaças, não achava que ele poderia fazer-lhe alguma coisa.

Macarrão sentenciou:

- Neném, o patrão pediu para finalizar.

Nesse instante, Neném arranca o bebê do colo de Eliza e dá nas mãos de Macarrão. Eliza se desespera e chora. Nénem já sabia o que fazer, pegou Eliza por trás, apertando seu pescoço com os braços, fazendo-lhe ficar inconsciente. Pegou-a no colo e levou para dentro da casa. "J" ouviu pancadas secas de metal. Em instantes, Neném voltou com o corpo dentro de um saco preto, já esquartejado. Tirou uma mão de dentro do saco e serviu, friamente, para seus cães no canil.

Terminada a carne do corpo, pos-se a recolher os ossos. Para mais adiante cimentar junto ao chão do canil.

Enfim, daria um belo conto de terror se não fosse real.

Eduardo Polarco
Enviado por Eduardo Polarco em 08/07/2010
Código do texto: T2366089