Passagem pelo Inferno

Passagem pelo Inferno

Eu estava sentado sobre uma cadeira velha,”estilo as antigas”,feita de bambu e palha,observava a mata que me cercava com muita atenção,percebi que as folhas sacudiam grosseiramente mas não havia vento algum,o clima estava abafado e ensolarado,fiquei assustado com tal fato.Senti um cala frio enorme percorrer minhas costas,tive a impressão que algo se aproximava por trás de mim,não dei atenção;senti o clima ficar tenso e que aos poucos me envolveu com essa áurea negativa,passos grotescos vinham em minha direção,não tive como olhar para trás pois o tempo foi curto e injusto.Algo muito afiado tinha acabado de passar sobre minha garganta,a dor era aguda,ardia,queimava,me faltara o ar,sangue espirrava sobre os objetos próximos,meus olhos lentamente foram se fechando e, em um pesado sono eu fui envolvido.

Incrivelmente consegui abrir os olhos,logo as perguntas me vieram a mente ao notar que eu estava em um ambiente nunca visto e muito menos imaginado:

-“O corte no pescoço, onde está? Quem fez aquilo comigo? Onde estou?”

Infinitas perguntas surgiam a cada segundo,o local era quão tenebroso quanto ao inferno,havia sangue pelo chão,no céu nuvens negras cobriam nossas cabeças,relâmpagos caiam tostando tudo ao redor,era um verdadeiro terror,meu coração estava disparado “Será que estou tendo um pesadelo? Ou estou realmente morto?”.

Aos poucos o local foi se revelando,carrascos trajados de armaduras e capas negras montados em cavalos enormes galopavam procurando novos alvos,seus olhos flamejavam fogo,galopavam espancando quem esta próximo;impossível conter o medo,as lagrimas escorregavam pelo meu rosto sem cessar,me escondi para que não me vissem,pessoas eram torturadas,esses homens cruelmente arrancavam os olhos dos que ali estavam e com um modo de satisfação gargalhavam colocando-os na boca.Despiram-se e começaram a se auto-flagelar passando navalhas por todo o corpo,tinham prazer em praticar tal ato,seres ignorantes,sem luz.Tentei achar uma saída,entrei em uma casa que se encontrava perto,me deparei com uma senhora,meus olhos arregalaram,meu coração quase saiu pela boca,os olhos dela tinham sido arrancados,seus orifícios da face brotava pus e insetos passeavam pela podridão das feridas,seu rosto havia sido queimado e sua pele estava tostada,ela gritava com um demônio sendo exorcizado,sai aos berros também,fui visto e pego por um dos carrascos que me jogou em cima do cavalo e me levou para o centro daquele local,uma espécie de praça, onda havia muitos outros da espécie dele;me acorrentaram e me chicotearam,gargalhavam como loucos enquanto outros passavam a língua no sangue que havia no meu corpo,os pedidos eram muitos para que me lançassem sobre a fogueira,quase desmaiei diante de tanta dor quando um deles veio em minha direção,era mais forte,estava vestido como um cavaleiro das trevas,não consegui ver seu rosto,ele me desacorrentou e amarrou minhas pernas com uma corda que estava presa na sela de seu cavalo,fui arrastado por quilômetros,todos festejavam minha dor.

Quando quase me entreguei ao mal, um ser incrivelmente iluminado vinha dos céus, pairou a nossa frente, suas azas eram brilhantes cheia de graciosidade, uma forte luz foi lançada ao carrasco que desapareceu num estrondo. O ser me pegou no seu colo e fez com que minhas feridas se fechassem,fui curado,confortavelmente adormeci,era adorável o acalanto e o amor ao qual eu era submetido e a doçura de estar nos braços daquele ser tão divino enviado por Deus.

Jefferson oliveira Bezerra
Enviado por Jefferson oliveira Bezerra em 07/06/2010
Reeditado em 16/09/2010
Código do texto: T2304400