O Casarão Maldito...
Ali não a mais vida, os pássaros já não cantam. Nem insetos perambulam pelo funesto jardim. Os raios solares têm dificuldade de penetrarem os arbustos dos velhos pinheiros, castigados pela ação do tempo. No velho poço, a água transformou-se em lama, um lodaçal fétido e gosmento.
A vida pareceu abandonar aquele lugar. O casarão com janelas de vidros embaçados ocultam o seu interior. As portas gigantescas de madeiras envernizadas. Há séculos parece não serem abertas, para alguém entrar ou sair.
Uma sombra negra, sempre paira sobre o telhado do casarão. De longe a vista é um esplendor! Chamativa a quem quer que veja o casarão. E eles estão de frente o imenso portão de aço com cadeado de madeira. Charles, Bento, Lena e Dina. A volta deles uma multidão aglomerada, para registrar a sandice. Eles vão passar a noite dentro do casarão, irá registrar tudo o que acontecer de sobrenatural.
- Não acredito em demônios. Diz Charles com uma segurança impar.
- Os mortos não assombram casarões. Eles habitam cemitérios ah, ah! Bento sorri sarcástico.
- De repente, as almas queiram trocar uma idéia. Dina brinca com as almas.
- Às vezes os seres do além queiram na verdade uma simples comunicação com os vivos. Afirma Lena a mais racional entre eles.
Que dão uma saraivada de vais na amiga por suas palavras.
Era as 12h00min em ponto, quando o grande e enferrujado portão, teve seu cadeado aberto para os quatro entrarem e foi a ultima visão que eles tiveram. Abriram a porta principal da sala do casarão...
No interior, tudo era como eles imaginaram os móveis cobertos por: lençóis claros, porém já amarelados pelo tempo. Eles ouvirão a porta se fechar a suas costas.
Lena descobriu alguns candelabros os acendendo. Dina tratou de tirar os seus pertences para começar a registrar aquela aventura. Charles e Bento começaram a vasculhar os outros cômodos do casarão.
A noite caiu ligeiro, com ela veio: o silêncio, o frio, a escuridão e os primeiros temores. Eles fazem um lanche, mas não sentem fome. O vento lá fora bate nas janelas, fazendo um barulho assustador. E o pouco dele “vento” que adentra pelas frestas, alcança as velas fazendo as chamas tremularem e as sombras deles dançarem nas paredes.
Dina escrevia, ou melhor, descrevia com tamanha riqueza de detalhes. O sono começou a pesar nos olhos de Bento que tratou de ir dormir. Charles e Lena trocavam idéias, quando de repente do nada ouviram um estrondo vindo do andar de cima. Correram até onde vinha o barulho. Tarde demais! Apenas encontraram o corpo de Bento com a cabeça decepada.
Gritos e pranto misturam-se ao desespero. Gargalhadas sinistras, eles ouvem por todas as partes do casarão. O chão treme aos seus pés, mais gritos e mais gargalhadas. O odor é insuportável! Carne podre, carne humana, carne de animais. Uma fedentina total, uma fumaça cinzenta acompanha o mau cheiro.
Os três amigos e pesquisadores se abraçam, e descem para onde estavam. Lena e Dina correm para a porta, esmurrando-a, na tentativa de abri-la, porém em vão. Quando as duas olham para trás, outra lamentável surpresa! Cadê Charles? Uma grita, a outra olha para o chão e um rastro de sangue mostra a direção que ele foi levado: para o porão. As duas se abraçam mais forte.
Mais o silêncio é cortado por várias gargalhadas, mais medonhas que as primeiras.
As duas amigas seguem para o porão do casarão. A portinhola que dá aceso ao porão está escancarada elas descem no breu. Iluminando mais ou menos por uma vela. Lena solta um berro ao ver o corpo de Charles com os braços arrancados. Novas risadas e uma pergunta vinda do ser sinistro.
- Onde está a coragem e a valentia de vocês? Aventureiros!
As moças tremem de medo, o odor persiste.
De repente!
- CORTA! Por hoje chega, amanhã voltamos à filmagem. Dos quatro Jovens e o Casarão Maldito.