ESTRADA MALDITA
 
A tarde ia morrendo lentamente e os últimos raios solares coloriam o céu, oferecendo seu cotidiano de fraqueza e  beleza.
 
........Thomas, um jovem estudante universitário perdido em seus pensamentos íntimos, levantou os olhos e contemplou o horizonte. Tinha perspectivas para as suas férias de fim de ano, pleiteava reatar o namoro de seis anos com Carolina. Para isso fez drásticas economias, o intuito era  adquirir um carro, assim que chegasse as férias à convidaria.
........Com idéia fixa o rapaz ralava muito, ficava até altas horas nos trabalhos de pesquisas de faculdade, cobrava um preço razoável para elaborar, tudo que recebia cada centavo ele guardava.
........Certa noite, já cansado apoiou-se na cadeira e acabou adormecendo. Acordou no meio da noite suando e tremendo. Foi para a cama o sono não queria voltar. Ficou horas rolando de um lado para o outro e não conseguia pregar os olhos. Assim permaneceu até quando o sol deu a graça de seus primeiros raios, ele levantou e após um refrescante banho e de um delicioso café preparado pela sua mãe   saiu para a faculdade.
........Thomas comprou um carro usado, aparentemente em bom estado de conservação, Chegou às férias tudo certo,  Carolina havia aceitado o convite para viajar estava de malas prontas, uma estadia de  dez dias numa colônia de férias com tudo que tinham direito.
........Saíram  após o almoço, umas cinco horas de viagem, chegariam antes  do anoitecer. Se tudo transcorresse normalmente no trajeto da desconhecida estrada que encurtaria o caminho. Na verdade um desvio para caminhoneiros para fugir do pedágio. Fato que Thomas havia descoberto a pouco tempo conversando com um amigo caminheiro que entregava livros para a universidade.
 ........Thomas não tinha nenhuma experiência em viagens noturnas. Chovia fortemente quando o carro  misteriosamente deu um estrondo, estourou um pneu pensou Thomas. As horas iam passando  a estrada estava deserta. Ele se arrependera   ter seguido o desvio, contudo não dava mais para voltar, o jeito era esperar que a chuva parasse. Fumou um cigarro, namoraram, conversaram. A chuva estiou e ficaram apenas os relâmpagos e os trovões.
........Thomas no fundo estava preocupado, não passava nenhum outro carro para pedir ajuda. Algo chamou a atenção de Carolina, conforme escurecia a mata ia se fechando sobre a estrada, estava próximo a uma curva com muita neblina, o lugar era assustador. ........Quando Thomas tentou abrir a porta do carro para trocar o pneu um ser veio em sua direção, surgiu como uma sombra sentiu uma força estranha emperrando a porta, a criatura agora o impedia de sair do carro. Carolina olha para traz e vê outro vulto pelo vidro trazeiro do carro as mãos de um monstro que deslizava,  o pavor tomou conta do casal.
........Um cheiro forte invadiu o interior do carro, não conseguia identificar ao certo o cheiro, um cheiro de sangue, era tão forte quanto o salubre sabor que sentia na goela ao respirar. Ela olhava absorta. Não conseguindo sequer um músculo mover.
........Quando parecia que o terror já havia chegado ao limite um barulho semelhante a uma explosão parecia mais um pneu ter estourado, estavam apavorados, tinha certeza de que a qualquer momento alguma coisa iria sair das sombras e os mataria. Carolina estava com a boca seca, queria gritar, mas quem ouviria? Permaneceu  agarrados um ao outro por um tempo em silêncio,   mergulhados naquela escuridão inebriante.
........Mesmo estando no meio  aquele desespero, Thomas queria pegar a lanterna. Talvez uma simples luz pudesse afastar aquela criatura para longe. Quando estava decidido pegar a lanterna e sair do carro, imaginando tudo havia cessado, algo pulou em cima do carro, a esta altura Carolina já não agüentou mais,  desfaleceu.
........Um grito estridente ecoou por toda mata bosque floresta, seja o que fosse aquele amontoado de árvores que caia sobre a estrada e prendia o carro. Antes que Thomas pudesse entender ou fazer algo, o carro começou a tombar como se uma força maldita o empurrasse até cair na  ribanceira, não viu mais nada.
........Até que uma mão fria tocou o ombro de Thomas que  gritou alucinado, Carolina   acordou em sobressalto. Calma moço. Só vim saber se precisam de ajuda, vi o carro  parado achei que tivesse quebrado. Já era de manhã um lindo sol despontava no céu. Sim precisamos de ajuda, trocar o pneu do carro que estourou.*** O senhor respondeu*** se é esse o problema  pode seguir viagem rapaz, os pneus estão  em perfeito estado.
........Thomas ainda com as pernas tremula desce do carro olha os pneus, verifica a lataria do carro, nenhum arranhão nem amassado, realmente tudo certo. A estrada limpa árvores floridas, por sinal uma linda paisagem.

......Pergunta a si mesmo,*** E o terror durante a noite? Como explica? Havia algo errado que ele não estava entendendo. Quando Thomas olha para indagar ao homem que surgiu para ajudá-los, Cadê o homem? Não estava mais ali.  Assim como do nada apareceu tinha sumido. Carolina pensou em tirar fotos para registrar, porém desistiu. Se contassem quem iria acreditar?

........O casal se dá as mãos se olha e sem dizer nada entra no carro. Thomas da partida e seguem viagem. Ele sente um vento gélido passar pela sua nuca e, uma sensação de prazer domina seu ser. Acompanhado de um leve sorriso que agora, aparecia iluminando o semblante de sua amada Carolina. Permaneceram calados e seguiram para a colônia de férias.

Fim

ROSA RIGHETTO
31/05/10

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Rosa Righetto
Enviado por Rosa Righetto em 31/05/2010
Reeditado em 28/09/2010
Código do texto: T2290794
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