A morte é marrom
 
Era uma mulher muito maldosa, cheia de rancores, inimiga da humanidade, eram tempos antigos, idade média, França, quando bailes monumentais se faziam. Era sim uma mulher má, mas era também de fina estirpe, e em seu castelo promoviam-se festas de luxuosos convidados.
Para exercitar sua maldade, a mulher misturou na cesta, aos outros chocolates um especialmente preparado por ela, que ficaria em um dos cantos da soberba mesa preparada para os convidado se deliciarem, na festa de páscoa.
O conteúdo do bombom: Cicuta, estricnina e o mais delicioso chocolate. Pousado mais ou menos no meio da cesta onde cabiam uns 100 bombons, era de formato e de invólucro igual aos outros, somente quem comesse, iria notar a diferença, quer dizer nem iria sentir...
Já iam as horas mortas da madrugada, enquanto o alude e a harpa tocavam, generosos goles de vinho eram sorvidos por todos, o bailar constante no grande salão, levava as pessoas para bem perto da farta mesa, assim como as trazia para o centro do salão, onde os olhares se cruzavam.
A mulher, perdida em pensamentos, depois de goles de vinho, esquecera que era má, o álcool tem este diferencial da água, pois altera o humor e o caráter das pessoas.
Um lindo jovem sorriu-lhe e apenas este gesto caberia para que toda a paixão coração disparado da mulher, mas ao aproximar-se dela e convidá-la para uma dança,
quase em êxtase entrou a má mulher.
Não cabia em si de alegria, os seus olhos penetravam fundo nos olhos do rapaz, e cada vez aproximando-se mais.
Agora sentia o ventilar suave das narinas do jovem em sua boca, sentiu o desejo de beijá-lo, e ele já muito alterado de paixão e pelo álcool, encostou-a na mesa de alimentos e quitutes.
Longamente a beijou, o assim mesmo enlaçado seus braços, tomou todo seu corpo, e naquele êxtase divino, colocou lentamente a mão dentro da cesta de chocolates, suavemente retirou um e antes de voltar as mãos para frente, retirou o papel do bombom.
A mulher ainda estava com os olhos fechados de emoção, quando ele delicadamente, amassou o bombom antes de introduzir bem fundo na boca da mulher, ela retomou a consciencia e num gesto de "extremo carinho" uniu a sua boca na boca do jovem, e com a lingua passou o chocolate da sua boca para a boca do rapaz... O som do alaúde foi enfraquecendo... Enfraquecendo...
Uma estridente gargalhada encheu o castelo da mais delirante maldade...

xxeasxx
 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 30/03/2010
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T2167233
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