Relatos reais

Cresci em uma fazenda no interior de Minas Gerais, que pertence ao meu avô.

Nessa fazenda, desde a morte do meu tio, aconteceram vários fatos inexplicáveis e até mesmo aterrorizantes, vou relatar alguns deles.

Primeiramente vou contar sobre a morte do meu tio que eu nem cheguei a conhecer.

Meu tio era uma pessoa muito doce, amigo de todos e muito trabalhador, ele conheceu, se apaixonou e se casou com uma mulher muito bonita chamada Maria.

Quando se casaram meu tio juntou as economias que meu avô dava a ele, por ajudar na fazenda e comprou um bom sítio.

Ele trabalhava muito, passado um tempo ela engravidou e tiveram um filho chamado Marcelo.

Quando Marcelo ainda era bebê de colo, meu tio saiu pra trabalhar com os peões que havia contratado pra roça, e pediu que minha tia deixasse o bebê com a babá e fizesse o almoço para os peões como era costume nas fazendas.

Ele trabalhou e foi pra casa mais cedo que os trabalhadores para ver se o almoço estava pronto, mas quando chegou lá,exausto, não havia almoço pronto, e ela começou a brigar com ele, dizendo que não queria aquela vida, que queria ir morar com os pais dela.

Meu tio se enfureceu, pegou uma faca de cozinha, e deu oito facadas nela, nisso a babá saiu correndo em direção a fazenda do sogro do meu tio, que foram correndo para a fazenda assim que a babá contou o que havia acontecido, quando chegaram encontraram meu tio com uma perfuração na barriga e degolado, morto.

Dizem que, a mancha do sangue do meu tio no assoalho de madeira nunca mais se apagou, nem depois que a casa foi destelhada, e o piso molhado pela chuva.

Dizem que quem se suícida, não encontra ou demora para encontrar descanso.

Isso eu realmente não sei, o que eu sei é que depois disso, a fazenda do meu avô que ficava distante da fazenda do meu tio, começou a ser assombrada por alguma coisa, que não fazia mal nenhum, ás vezes até ajudava meu pai nos afazeres da fazenda.

Certa vez quando meu pai ainda era solteiro ele havia ido a uma festa de peão numa cidadezinha próxima a fazenda.Quando chegou por volta das 5:00 da manhã, minha avó já o esperava com o café pronto, ele tomou o café, trocou de roupa e foi apartar o gado para tirar leite.

Arreou o cavalo e estava saindo para o pasto para trazer o gado, quando ele viu um cavaleiro todo de branco montando um cavalo também branco, trazendo as vacas leiteiras, chamando todas pelo nome, e ajudando meu pai.

Porém meu pai não conseguia ver o rosto dele, pois ainda estava escuro, e também por conta do grande chapéu branco que o homem usava.

Meu pai pensou que se tratava do marido da minha tia, que morava em um sítio vizinho que estava ajudando-o, mas quando meu pai tentou se aproximar pra falar com o cavaleiro, ele entrou atrás de uma árvore e desapareceu.

Muito tempo depois, quando meu pai e minha mãe ainda eram casados e eu tinha aproximadamente 7 anos, e minha irmã do meio 6, meu pai tinha ido até o povoado vizinho a cavalo para jogar truco com uns amigos, também fazendeiros e beber um pouco.

Em casa minha mãe estava sentada em uma poltrona na sala, picando uns legumes e assistindo a novela com a janela e a porta da sala abertas, pois como era fazenda e todos que moravam nos arredores eram velhos conhecidos não tinha perigo algum, tínhamos esse costume, todos tinham.

Minha irmã e eu, estavamos brincando no quarto, era por volta das oito horas da noite, foi quando minha mãe ouviu passos de cavalo no gramado em frente a casa,pensou que seria meu pai, já que os outros cavalos ficavam em um pasto mais afastado, em seguida ela olhou em direção a janela e viu um homem, encostado na parede, que se parecia com o meu pai, mas tinha olhos vermelhos, olhando fixamente para ela, mas sem dizer nada, nem fazer barulho. Minha mãe continuou pensando que era o meu pai que queria assustá-la, mas a verdade é que não era, porque meu pai só foi aparecer ás duas da madrugada, minha mãe contou o que tinha acontecido e ele disse que não era ele.

Já na casa do meu avô que ficava na mesma fazenda ele viu uma coisa parecida.

Minha avó e ele dormiam quando ouviram o cachorro latir ferozmente como se alguma coisa estivesse perturbando ele, nisso meu avô acendeu a luz e viu a fechadura da porta se mexer como se alguém tentasse entrar, no mesmo instante eles ouviram um assobio muito agudo na porta da sala, e o cachorro continuava latindo e rosnando como se estivesse atacando alguém, meu avô pegou a espingarda para ver o que era, quando ele abriou a porta e acendeu a luminária do terreiro, ele não viu nada e o cão estava dormindo quietinho perto da porta e nem sinal de alguma pessoa.

Nessa noite meu avô não conseguiu mais dormir, quando meu avô e minha avó se levataram, meu avô sentou ao lado do fogão e do lado de uma janela na cozinha, enquanto minha avó fazia o café, eram mais ou menos 5:30 da manhã, através da janela aberta meu avô viu um vulto de uma pessoa passando rapidamente em direção a cerca de tela, passando direto pela cerca e sumindo no pasto.

Já aconteceram muitas outras coisas lá, e todos dizem que a fazenda do meu avô é mal assombrada, muita gente diz que não moraria lá, nem se entregassem a fazenda de graça, o fato é que depois que mandaram celebrar uma missa pro meu tio, as coisas pararam de acontecer.

Hoje a fazenda está arrendada para a usina, e ninguém nunca comentou nada de estranho.

Essas histórias são REAIS, aconteceram comigo e com a minha família e os vizinhos da fazenda podem confirmar.

A verdade é que eu não duvido de nada, há muitas coisas no mundo que nunca conseguiremos explicar.

kati
Enviado por kati em 16/03/2010
Código do texto: T2140904