O Refém

Josinho pela manhã, logo depois do café, antes de começara a carpir a rocinha atrás de casa, tomou um gole de cachaça, trabalhou mais 2 horas e mais um gole de cana, e na hora do almoço, porque ia ficar 2 horas parado, secou o resto do litro da mardita, antes da marmita.
2 horas da tarde acordou, na sombra gostosa de uma mangueira, esfregou os olhos, sentiu que o silencio na casa, dizia que todo mundo tinha ido trabalhar.
Afastou o cabo da enxada que estava sobre ele, enfiou a mão no bolso, tirou do bolso uma nota de 5 reais amassado.
Pensou: Da pra um litro e tem troco...
Contornou a casa e na vendinha da frente da casa, comprou e trouxe a cachaça para ajudar no serviço.
Tomou um gole e recomeçou a carpir, parou 1 hora depois e tomou 2 goles de pinga, As 5 e meia parou de vez, sentou na mesma sombra e agora, descansado entornou o resto daquele litro, o segundo do dia.
Foi para casa, tomou um banho de bacia, pois a miserabilidade de tudo alí era degradante, porque além dos filhos de josinho que bebiam, a mulher estava no hospício, de tanto beber, não havia portanto dinheiro para comprar coisas supérfluas, como chuveiro.
Com a sua surrada bermuda de jeans, e camisa "volta ao mundo” de 20 anos atrás, desbotada, lá ia Josinho para encontrar os "amigos" de bar, arrastando o velho alpargatas roda.
Andou 2 quadras, e chegou... Rabos-de-galo, pinga com raiz amarga, com menta, com mentruz, com gerivá, e mais algumas, foram de saída, oferecidas a ele, e como sempre não desprezou nenhuma.
9 horas... 10 horas... 11 horas... 01 da manhã... Josinho e mais dois amigos foram os últimos a saírem do bar.
Caminharam uns 20 metros de passeio, parou, enfiou a mão no bolso, não encontrou nada, neste ponto os amigos foram para outro lado.
Ao virar, entrou uns 2 metros na pista de rolamento...
Virou para frente e caminhou mais uns metros e novamente enfiou a mão no bolso, e parou.
Olhou para o chão e entre as pernas viu que um clarão luminoso ia aumentando cada vez mais...
Lentamente foi girando o corpo e quando completou o giro, 70 toneladas em forma de carreta, cavalinho, etc, o jogaram a uns 6 metros e depois, passaram em toda a sua extensão sobre o “depósito de cachaça”,  como usam os açougueiros para passar bife.
E Josinho recebeu o merecido descanso, afinal ninguém é de ferro, né???

xxeasxx
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 10/03/2010
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T2131115
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