O segundo cálice
Padre Carlos Remiteski, não era exatamente um anjo de pessoa, claro que em sua paróquia, rodeada da mais miserável das miseráveis comunidades, esforçava-se para mostrar boa vontade, mas às vezes mergulhado em seus pensamentos já desejou outras coisas para aquela gente, diferente de amor e caridade.
Invariavelmente, todos gostavam dele, 2 vezes por mês distribuía cesta básicas doadas pelo governo, e que vinha para ele a tarefa de entregá-las angariando assim, simpatia daquela gente.
Mas ultimamente pequenos furtos praticados pelos adolescentes e alguns por adultos lhe tiravam o sono.
Nascera e vivera numa região de costumes antigos, praticamente não havia medicina moderna, todos sem exceção curavam-se com ervas e tinham a natureza como aliada, tudo dela conheciam, da toxina da mamona, a cura para ferimentos graves, ele mesmo conhecia todos os segredos desta maneira de viver.
Certa manhã, ao sair do altar durante uma missa e ir buscar o cálice de vinho, verificou que o mesmo estava vazio.
Remexeu suas gavetas pegou uma pequena garrafa de vinho e recolocou no cálice.
Da parte de fora da pequena sacristia, olharam com curiosidade alguns velhos bêbados que ali sempre se achavam em busca de restos de alimentos, e viram o desconcertado padre, os olhar com um flagrante desanimo.
Entreolharam-se, baixaram a cabeça, e continuaram no seu métier, que era pedir esmolas.
Passara o dia mal o padre Carlos, no final da tarde rumou para sua aldeia e deixou avisado que naquela noite não haveria missa, pois chegaria muito tarde.
Foi e voltou, na alta madrugada.
Foi direto até a sacristia, retirou do bolso um pequeno recipiente de pó branco,(cicuta) e derramou dentro do cálice, e depois o encheu de vinho,
deixando onde sempre deixava.
Em cima do altar encheu outro cálice e deixou para ele usar, o da sacristia era para os mendigos.
Como em todas as manhãs, a igreja foi aberta antes da sacristia e pela porta lateral, já cedo se divisavam 3 mendigos que ali pousavam.
Ao espreguiçar um deles olhou pela porta e viu o cálice no altar e não teve dúvidas, correu e tomou de um só gole o vinho.
Um pouco antes das sete horas, o padre Carlos, saiu da casa paroquial e como de costume dirigiu-se até a sacristia que neste momento já se achava aberta, pela camareira.
Notou antes de chegar a sacristia que 3 mendigos brigavam em vias verbais ali ao lado, mas não desviando seu caminho, prosseguiu.
A missa começou e transcorreu normalmente até a hora da eucaristia.
Depois que o padre bebeu o vinho, olhou que pela porta lateral, todos os mendigos que ele conhecia, lentamente entravam na igreja.
Um calafrio lhe percorreu a espinha, a sua face começou a avermelhar-se, o canto de todos sumindo da sua audição, finalmente parecia que foi enlaçado por uma corda o seu pescoço... O oxigênio era avidamente desejado por aquela alma, mas infelizmente, o horror nos olhos esbugalhados do padre foi tudo que aqueles pobres coitados puderam dele ter nos momentos finais...
Antes, há 1 hora, depois que o mendigo tomou o vinho do altar, no seu retorno, todos os outros, lhe cercaram e cobraram decência, por terem visto o padre triste no dia anterior.
Já sabiam que havia um cálice de vinho na sacristia, que não quiseram tomar, lembrando da tristeza do padre, somente trocaram de lugares os dois cálices...
xxeasxx
Padre Carlos Remiteski, não era exatamente um anjo de pessoa, claro que em sua paróquia, rodeada da mais miserável das miseráveis comunidades, esforçava-se para mostrar boa vontade, mas às vezes mergulhado em seus pensamentos já desejou outras coisas para aquela gente, diferente de amor e caridade.
Invariavelmente, todos gostavam dele, 2 vezes por mês distribuía cesta básicas doadas pelo governo, e que vinha para ele a tarefa de entregá-las angariando assim, simpatia daquela gente.
Mas ultimamente pequenos furtos praticados pelos adolescentes e alguns por adultos lhe tiravam o sono.
Nascera e vivera numa região de costumes antigos, praticamente não havia medicina moderna, todos sem exceção curavam-se com ervas e tinham a natureza como aliada, tudo dela conheciam, da toxina da mamona, a cura para ferimentos graves, ele mesmo conhecia todos os segredos desta maneira de viver.
Certa manhã, ao sair do altar durante uma missa e ir buscar o cálice de vinho, verificou que o mesmo estava vazio.
Remexeu suas gavetas pegou uma pequena garrafa de vinho e recolocou no cálice.
Da parte de fora da pequena sacristia, olharam com curiosidade alguns velhos bêbados que ali sempre se achavam em busca de restos de alimentos, e viram o desconcertado padre, os olhar com um flagrante desanimo.
Entreolharam-se, baixaram a cabeça, e continuaram no seu métier, que era pedir esmolas.
Passara o dia mal o padre Carlos, no final da tarde rumou para sua aldeia e deixou avisado que naquela noite não haveria missa, pois chegaria muito tarde.
Foi e voltou, na alta madrugada.
Foi direto até a sacristia, retirou do bolso um pequeno recipiente de pó branco,(cicuta) e derramou dentro do cálice, e depois o encheu de vinho,
deixando onde sempre deixava.
Em cima do altar encheu outro cálice e deixou para ele usar, o da sacristia era para os mendigos.
Como em todas as manhãs, a igreja foi aberta antes da sacristia e pela porta lateral, já cedo se divisavam 3 mendigos que ali pousavam.
Ao espreguiçar um deles olhou pela porta e viu o cálice no altar e não teve dúvidas, correu e tomou de um só gole o vinho.
Um pouco antes das sete horas, o padre Carlos, saiu da casa paroquial e como de costume dirigiu-se até a sacristia que neste momento já se achava aberta, pela camareira.
Notou antes de chegar a sacristia que 3 mendigos brigavam em vias verbais ali ao lado, mas não desviando seu caminho, prosseguiu.
A missa começou e transcorreu normalmente até a hora da eucaristia.
Depois que o padre bebeu o vinho, olhou que pela porta lateral, todos os mendigos que ele conhecia, lentamente entravam na igreja.
Um calafrio lhe percorreu a espinha, a sua face começou a avermelhar-se, o canto de todos sumindo da sua audição, finalmente parecia que foi enlaçado por uma corda o seu pescoço... O oxigênio era avidamente desejado por aquela alma, mas infelizmente, o horror nos olhos esbugalhados do padre foi tudo que aqueles pobres coitados puderam dele ter nos momentos finais...
Antes, há 1 hora, depois que o mendigo tomou o vinho do altar, no seu retorno, todos os outros, lhe cercaram e cobraram decência, por terem visto o padre triste no dia anterior.
Já sabiam que havia um cálice de vinho na sacristia, que não quiseram tomar, lembrando da tristeza do padre, somente trocaram de lugares os dois cálices...
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