O Necrófilo ataca novamente!

Ele escolhe sua vitima. Mesmo perfil, mesmo padrão. Cabelos caídos altura da cintura. Serpenteado suas curvas. Já começa imaginá-la, num vestido colante. Torneado o corpanzil. Ele aproxima e a aborda:

- Boa tarde!

Ela simpática responde:

- Boa tarde!

- Posso ajudá-la com as compras?

- Ah, não! Pode deixar meu carro esta logo ali.

Ele enfurece. Mas controla. É sempre assim, elas se fazem de difícil... Havia se passado dois dias, desde a última noite em que ele saciou sua fome. Seu corpo reclamava outro corpo. Sua ânsia o consume. Ele tenta outra vez:

- Desculpe-me, estou apenas tentando ser gentil.

- Sei disso. No entanto a prudência. Me manda recuar.

- Por quê?

- Com a sorte que estou para arrumar um namorado. Só falta você me ser o Necrófilo... Ela ri em bom tom. Ele enfurece mais ainda.

- Brincadeira. Verônica.

- Prazer! Necrófilo... Agora é ele que sorri com ironia...

- Não to vendo vinho, nem uísque na sua compra...

- Posso comprar depois, quando você for para sua casa e preparar um jantar,para nós dois. Convidar-me para acompanhá-la. Eu descubro como te matar. Beber uma garrafa de uísque barato, esperar seu corpo esfriar. Quase que não poder mexê-lo. Colocar você numa posição sexy. E saciar minha tara.

- Definitivamente. Tirando a morte, é o que eu preciso. Perdão! Se eu estou sendo sincera.

- Eu também!...

Como as outras, ela se rende aos encantos dele. Um cavalheiro, atencioso, carinhoso. Falta adivinhar os pensamentos e desejos dela. Sexta feira. a noite chega. Ele faz o mesmo ritual. Compra o mesmo vinho. O mesmo uísque. Faz a mesma ligação de sempre.

O jantar esta a mesa. Ele não gosta. Ela já está linda, vestindo um jeans. Ele pensa em questionar sobre o vestido, que lhe presenteara, mas não questiona. Eles jantam. Ela indaga sobre os embrulhos. Indeciso não fala. Contudo gosta do jogo novo que sua mente vem pensando...

- Lembra-se, quando nos conhecemos? Disse-lhe que era o Necrófilo!

- Claro que sim... Ela responde apreensiva. Quando o vê desembrulhando as bebidas.

Ele por dentro se delicia. Seu coração bate forte. Vendo o pavor nos olhos dela. Pode sentir o ressecar de sua boca. O tremer de suas carnes. O ar lhe faltando. Tranqüilo coloca as garrafas em cima da mesa. Ascende uma cigarrilha. Ela leva a mão até o pescoço. Cambaleia trôpega e cai bem a sua frente quase aos seus pés. Ele pensa: “é uma pena que ela não vestiu o vestido.” “ainda bem que coloquei o veneno a tempo, no prato dela.” E sorri contente.

Ele abre o seu uísque, serve um copo com dose dupla, e vira seco na goela. O tempo passa, ele bebe e fuma sem parar. Enquanto vela o corpo de Verônica. Esvazia todo o conteúdo alcoólico. Mas ele sente uma diferença na bebida, fica mais tonto. Não consegue ordenar idéias. Seus pés não alcançam o chão. Nunca sentira na vida aquilo.

Levanta e antes de cair. Olha para mesa e vê que ela não mexeu no prato dela. Olha para sua comida. E lembra que antes de se sentar para jantar. Viu as flores balançando. Ele cai ao lado de Verônica. Que está de olhos abertos, ela se levanta, e fala:

- Isso é por minha irmã, seu cretino!

Ela pega seu radio fone e chama:

- Ele é todo de vocês.

Numa fração de segundos. O grupo especial de pronto emprego da homicídios entram na casa.

O plantão do jornal central informa: NUMA OPERAÇÂO DO GRUPO ESPECIAL DA POLICIA. COM UMA INVESTIGAÇAO DE MAIS DE SEIS MESES. FOI PRESO HOJE O MAINIACO CONHECIDO POR NECRÓFILO. COM UM TOTAL DE SEIS VITIMAS.

Longe dali num luxuoso quarto de hotel. Um homem assiste a noticia NA TV e gargalha. Fumando uma cigarrilha cara. Tomando um uísque barato e forte. A espera do congelar de um belíssimo e jovem corpo dentro de um vestido colante.

valdison compositor
Enviado por valdison compositor em 27/02/2010
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