A morte Devora lá Fora...
À noite como sempre é fria. No entanto antes fez calor! O vento corta o tempo feito as horas que avança. Com os habitantes do vilarejo, a lua já se recolheu. A escuridão negra, a nevoa impede a visão. Ela caminha acelerada, doida para chegar algum lugar quente. Cães, gatos e os ratos noturnos já foram dormir. Uma coruja pia, segurando um pequeno réptil nos pés. O jantar da madrugada! A friagem entra pelos poros de suas mãos a fazendo tremer. Ela as sopra para aquecê-las, sem luvas é em vão.
Ela passa pela viela. No entanto não há vê deserta e solitária. Ela o vê. Fumando um cigarro. A fumaça mistura a neblina. Ela aperta mais os passos. Quase que corre. Quando ouve os passos dele saindo do beco. Pelo som assustador, que se fez em cada pisada, ela pensa: um metro e oitenta. Noventa quilos. Ao julgar pelo compasso dos passos tenta me alcançar.
Eu corro? Ou continuo nessa mesma cadencia? Ele se aproxima cada vez mais. Posso sentir seu hálito. Sua respiração ofegante, porém controlada. O cheiro da sua loção de barbear barata, misturada com o fumo. Cigarrilhas de bom preço. Que contraste! Já não posso correr mais, ele me alcançou. Não da pra ver seu rosto. A escuridão não deixa. Ele a cumprimenta:
- Boa noite!
Pelo avançar das horas devia ser boa madrugada ou bom dia! Ela reluta, contudo responde:
Boa noite!
Os dois percebem de instantâneo! Nenhuma viva alma perambula pelas ruas. Além deles.
O silencio, trava um dialogo. Ele a observa: Lábios finos, pela clara. Estatura mediana. Nem gorda nem magra. O prato perfeito, para um banquete...
- Não! Não! O que é isso? Ahhhhhhhhh...
Os moradores do vilarejo, em suas casas escutam os gritos. Arrepiam-se e estremecem! Os casais se abraçam. As crianças correm para o quarto dos pais. Os que dormem só acordam, se embrulham e tremem mais de medo do que de frio. Sabendo que a morte devora lá fora...
Ao amanhecer a vitima é encontrada, pelos garis. Junto com o os sacos de lixo. Sem as vísceras, e com os olhos arrancados...