Brenda (A Bruxa)
Os raios cortam o céu, seguidos pelos estrondos dos trovões. Os animais entocados não saem para o relento. Temendo a fúria do vento, que arrasta as folhas secas e verdes pelos caminhos insólitos da mata.
O escurecer do tempo é feito um manto cinzento. É como que se o enoitecer pedisse: abre alas! E a negritude da noite veio antecipando o despertar dos notívagos. Seres desnorteados pela mudança do clima.
O frio assolando suas peles, que nem os vastos pelos de alguns, os dava guarida. Um revezamento de pingos grossos e finos fazendo o bailado da chuva. Espetáculo, guarnecido pelo breu da prematura noite.
No entanto ela caminha por entre as sombras. Procurando não um abrigo e sim um ponto de firmeza no templo natural. Sua tocha, com o fogo tremulante, vacila, mas se mantém firme: acesa, iluminado a escuridão, e aonde seus pés pisam.
A mochila em suas costas começa a pesar. Encharcada pela tempestade que deságua sobre sua cabeça. A luz que outrora lhe servia de guia, deixa agora um rasto com cheiro de fumaça e querosene. Contudo a determinação não lhe deixa esmorecer.
A moça, de passos pesados continua deixando as pegadas... O abrir e fechar dos olhos dava, na mesma. Já não carrega seus pertence, os arrasta pelo lodaçal. Lagrimas mistura-se ao pranto da chuva que cai. Olha para cima, para baixo, por todos os lados. Escuro! Vazio! Nada!
Sem direção, começa a tatear a fim de encontrar uma arvore...
Desespero, pânico, o desconhecido lhe assalta acalma. Seu propósito já não tem mais valor, se perdeu junto com a mochila que não mais carrega e nem arrasta. Suas mãos, como seus olhos só pega o vazio.
No silêncio ela grita! Ao sentir que algo lhe passa pelas pernas, a fazendo arrepiar. Petrificada não consegue mover seus músculos. Uma dor corre por toda extensão de seu corpo. Ela cambaleia e caiu, afundando a face numa poça de lama...
O sol raia numa bela manhã de primavera... Os bombeiros cessam as buscas! O grupo, de jovens aprendizes de feiticeiros, chora por Brenda!