Onde estará aquela estranha passageira?
Nossa aquela mulher era a imagem da perfeição, como poderia ser assim tão bonita? No ponto de táxi ela era o assunto preferido pelos homens alguns a tinham visto naquela sexta feira à noite, uma noite fria e chuvosa. Os outros taxistas ficavam apenas na esperança de um dia fazerem uma corrida com ela, pois era uma unanimidade entre todos os que a tinham visto que a mulher era um pancadão....
O Mateus que foi o sortudo a levá-la em seu táxi e que poderia dar mais informações sobre aquela beldade não vinha trabalhar já há alguns dias, onde será que ele tinha se enfiado? Será que convenceu a loira a morar com ele e estava aproveitando a lua de mel? Juliano era o mais empolgado com a estória da loira linda e sexy cujo corpo coberto, ou melhor, dizendo bem mal coberto por aquele insinuante vestido, estava virando a cabeça daqueles homens, ela foi o colírio para os olhos dos taxistas e o assunto predileto de suas conversas nos dias que se seguiram. A todo o momento Juliano pedia mais detalhes sobre a mulher aos seus companheiros de trabalho, parecia enfeitiçado mesmo sem ter tido qualquer contato com a mulher, queria por que queria a todo custo pelo menos olhar para ela, seu interesse beirava a obsessão.
Depois de torrar a paciência dos outros taxistas ao extremo querendo saber da bendita mulher, Juliano resolve procurar o próprio Mateus o sortudo que teria levado aquela deusa a seu destino naquela noite de sexta. Juliano foi naquela tarde a casa do companheiro, querendo convidá-lo para tomar umas e outras no bar da esquina e arrancar mais informações sobre a tal loira. Chegando a casa de Mateus, Juliano estranha o ambiente, as janelas estavam fechadas mesmo com todo aquele calor, tudo parecia triste, o jardim mal cuidado revelava o estado de animo dos moradores daquela casa. Ao tocar a campainha uma senhora já idosa vem atender a porta Juliano então, pergunta se poderia falar com Mateus, explicando que também trabalha no ponto de táxi e que os colegas estavam preocupados com o seu sumiço.
A triste senhora então explica que Mateus não está em casa e que não dá noticias a mais de quatro dias. Sem ter como impedir às escapadas do filho sempre muito farrista, a pobre senhora parece preocupada, porém, como não é a primeira vez que Mateus some dessa maneira e devido as suas condições de saúde ela decidiu não se preocupar além da conta.
Juliano saiu da casa de Mateus arrasado. O que será que tinha acontecido será que Mateus tinha tirado a sorte grade e sumido no mundo com a tal loira? Juliano não podia acreditar nessa possibilidade e desejou mais uma vez ardentemente um encontro mesmo que único com a tal loira.
Estava começando a esfriar a noite caia rápido em Belo Horizonte naquela época do ano, voltando ao ponto de táxi sem querer muita conversa com os outros motoristas Juliano espera a sua próxima corrida, o frio começa a apertar com o radio baixinho Juliano adormece e sonha com sua tão desejada loira.
Toc, toc, toc Juliano acorda ainda meio sonolento olha para a janela do passageiro do seu táxi e qual não é a sua surpresa ao se deparar com uma bela jovem loira vestida de vermelho com um sorriso triste nos lábios, instantaneamente ele percebe que aquela era a loira tão falada pelos motoristas de táxi, numa voz baixa e rouca depois de entrar no táxi pela porta de trás ela lhe pergunta se ele poderia levá-la ao bairro Bonfim numero 2.300, Juliano sem pestanejar responde que sim claro e que está ali para servi-la. Durante a viagem Juliano está tão empolgado em ter aquela beldade em seu táxi, que não percebe muito bem em seu trajeto a aproximação das imediações do Cemitério do Bonfim, ele está tão inebriado pelo suave perfume de rosas da mulher e pela sua presença encantadora que mal consegue dirigir, durante o trajeto Juliano tenta puxar conversa com a misteriosa passageira, mas suas reações se resumem a meros sorrisos e alguns monossílabos carregados de tristeza e doçura, mais alguns metros e a passageira pede que Juliano pare o táxi e que a acompanhe até sua casa para receber a corrida.
Juliano então muito galante desce do automóvel querendo abrir a porta do táxi para a passageira, nesse instante ele percebe, que está em frente a um murro branco muito alto e comprido e pensa que além daquela mulher ser um avião deve ser muito rica. Ao tocar a maçaneta da porta do passageiro Juliano sente um cheiro estranho e um frio intenso, ao abrir a porta nota apavorado que o interior do táxi está vazio ocupado apenas por uma névoa branca que se espalha pelo ar. Atordoado ele procura pela passageira e se volta para frente do carro e percebe então que está de frente a uma placa com os seguintes dizeres Cemitério do Bonfim. Ele então ouve uma musica muito bonita, suave e melodiosa fica tonto e perde os sentidos.....
Juliano nunca mais foi visto depois daquela noite em que levou a jovem loira em seu táxi. A policia investigou o caso e não conseguiu chegar a nenhuma conclusão. A pasta com os documentos sobre o caso, está na mesma gaveta do arquivo da policia até hoje juntamente com outra pasta do caso sobre desaparecimento de outro taxista Mateus de Melo Neto.