Em nome da dor
Os olhos vermelhos de Danna, eram o fervilhar de um ódio antigo, vindo de outras eras.
Já a muito as trevas daqueles dias se foram, mas as sombras que levaram meninos às masmorras, estas jamais passarão, este era o teor silencioso do diálogo que ela travava consigo. Primeiro o degredo e depois o exilio lhe afastaram miseravelmente de sua terra.
A tarde marcava a areia da praia com sorrisos, com esperança e neste dia, até o crepúsculo Danna esteve mergulhada em recordações de tragédias, e de meia em meia hora buscava na sua bolsa as pilulas que lhe centrava o humor e a vida.
Já não vivia mais a guerra de revolução de sua juventude, ja se passaram 17 anos e quase todos eles em esgotos prisionais e exílios, que lhe gelaram os sentimentos, e fortaleceram em sua boca a sede de sangue e vingança.
A longa faixa de praia vista por ela do alto de um morro, ia a final desembocar em um luxuoso resort, e bem sabia Danna quem eram os sócios daquilo.
Desceu, caminhou até seu carro retirou uma pequena bolsa, um guarda sol e pôs-se em frente ao grande resort, como uma pessoa normal.
Por 5 horas em seguida observou a entrada e saída de sócios, muitos conhecidos...Um pouco mais velhos mas lhe eram familiares os rostos.
17:30 horas, era o que anunciava a placa, ao abrirem o portão, e nele dizia que haveria um show nesta hora.
Danna não era nem sombra do que era antes de frequentar as salas de tortura da milícia governamental, ninguem a reconheceria, mesmo porque era irreconhcível e
há muito só aguardava a hora de seguir o seu mestre e benfeitor o Senhor das trevas.
Considerava-se um instrumento de vingança nas mãos de satanás, não era o dia o seu lugar e nem a noite o seu leito de repouso, apenas o ódio a movia, o sangue odioso do inimigo, reclamava o seu coração.
E nesta mescla de mulher e animal, Danna sumiu da praia em frente ao resort.
Ás 17:15 min, aproximou-se pela lateral uma velha camareira, com o carrinho cheio de roupas e imediatamente o vigilante, a deixou adentrar.
Lentamente, debaixo de óculos escuros os olhos de Danna, procuravam aproximar-se mais e mais do palco e da multidão.
Contornou o palco, e pelos fundos, conseguiu chegar até embaixo do palco...
Exatamente as 17:30 horas, quando deram os primeiros acordes nas guitarras, e cumprimentavam-se diretores, musicos e convidados.
Uma intensa fumaça brotou do assoalho, e em seguida a força de centenas de kilos de TNT, fez chover pedaços humanos, sangue e vingança, a redentora vingança que deitou despedaçados ao chão dezenas de torturadores, que fizeram jus ao caminho recebido, foi em tempo oferecida.
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