A ÚLTIMA FADA DO VALE DA MORTE - CONTO DE FADA
I was in a bad mood! Sempre gostei de caminhadas solitárias. Elas são boas para arejar os pulmões, a cabeça, renovar as ideias. Gosto de chegar à exaustão e cair nos braços de Morfeu em algum canto de um lugar qualquer depois de dias. Esgotadas as minhas mágoas, minhas neuroses, expurgadas as culpas, tristezas depressões, deixando entrar toda alegria presente na natureza. Como os andarilhos de Santiago de Compostela, vou seguindo trilhas pela mata Atlântica no Rio de Janeiro. Não ando a esmo, antes pesquiso toda a topografia da região onde pretendo ir. Eu me equipo com um bom tênis de caminhada, roupas leves, chapéu, repelente, comida em conserva e um cantil.
E, ao longo do caminho, vou admirando cada olho d'água, cada bicho, cada planta e penso: Deus é bom! Precisamos de tão pouco para viver e passamos a vida inteira correndo atrás de sucesso, prestígio, acumulando bens e pagando impostos altos por eles. Para quê? Se a felicidade pode estar contida no amor pelo que nos passa despercebido normalmente no dia-a-dia.
Uma vez eu fiquei cara a cara com uma cobra que surgiu em pé na minha frente, notei o nervosismo dela e ela estava tão assustada quanto eu. Disse: Calma, eu não vou te machucar! - Desarmou o bote e foi embora.
Desta última vez , depois de três dias caminhando, caí no sono, embaixo de um grande cambuí, dormi um dia inteiro e acordei, quase agora, com uma voz fininha, perto do meu ouvido, sentindo cócegas pelo pescoço:
- Muito obrigada, Alexandre!
Num gesto instintivo, quando matamos insetos, dei um tapa próximo a minha jugular e, matei o bicho. Olhei e ainda estava na palma da minha mão. Não acreditei quando vi! Eu tinha matado uma fada, uma fadinha pequenininha. E agora? O que fazer? Será que eu serei amaldiçoado pela floresta? Será que ela vai ressuscitar? Será que ela vai se materializar em outro corpo e vai continuar a conversa comigo?
Quando eu for embora eu a levo num vidrinho e depois a coloco no formol? Quem sabe não atende meus pedidos? Ou a deixo aqui? Vou esperar algum tempo, pode ser que algo extraordinário aconteça...
O que eu devo fazer? Preciso de um conselho seu!
******************
Obrigada pela leitura! Convído-os a conhecer meu trabalho musical em áudios, aqui no Recanto. Beijos.
E, ao longo do caminho, vou admirando cada olho d'água, cada bicho, cada planta e penso: Deus é bom! Precisamos de tão pouco para viver e passamos a vida inteira correndo atrás de sucesso, prestígio, acumulando bens e pagando impostos altos por eles. Para quê? Se a felicidade pode estar contida no amor pelo que nos passa despercebido normalmente no dia-a-dia.
Uma vez eu fiquei cara a cara com uma cobra que surgiu em pé na minha frente, notei o nervosismo dela e ela estava tão assustada quanto eu. Disse: Calma, eu não vou te machucar! - Desarmou o bote e foi embora.
Desta última vez , depois de três dias caminhando, caí no sono, embaixo de um grande cambuí, dormi um dia inteiro e acordei, quase agora, com uma voz fininha, perto do meu ouvido, sentindo cócegas pelo pescoço:
- Muito obrigada, Alexandre!
Num gesto instintivo, quando matamos insetos, dei um tapa próximo a minha jugular e, matei o bicho. Olhei e ainda estava na palma da minha mão. Não acreditei quando vi! Eu tinha matado uma fada, uma fadinha pequenininha. E agora? O que fazer? Será que eu serei amaldiçoado pela floresta? Será que ela vai ressuscitar? Será que ela vai se materializar em outro corpo e vai continuar a conversa comigo?
Quando eu for embora eu a levo num vidrinho e depois a coloco no formol? Quem sabe não atende meus pedidos? Ou a deixo aqui? Vou esperar algum tempo, pode ser que algo extraordinário aconteça...
O que eu devo fazer? Preciso de um conselho seu!
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Obrigada pela leitura! Convído-os a conhecer meu trabalho musical em áudios, aqui no Recanto. Beijos.