A parede

O velho casarão ainda imponente bem no meio do quarteirão fora herança deixada pelos avós.

Nunca os conhecera, mas o que sabia sobre eles não a deixava nada confortável.

Segundo as lendas que corriam pela cidade, eram pessoas muito ricas, e isso ela tinha certeza. Dizia-se também que foram extremamente cruéis em uma época nada feliz, envolvendo traições, brigas, desonra na família e outras coisas. Mas isso ela não tinha certeza, eram somente lendas, nada comprovado.

Sua família começou a passar as férias de verão no casarão todos os anos. Apesar de se sentir um desconforto na casa nunca deixou de ir para não contrariar os pais.

Apesar de bem conservada, o casarão tinha um estilo próprio, cheio de quartos, uma sala enorme, móveis antigos, quadros com fotos antigas..........mas o que mais a deixava incomodada era um corredor bem longo com portas em toda sua extensão, onde os quartos ficavam. Sempre que ela passava por esse corredor tinha a sensação de estar sendo vigiada, de que alguém a acompnhava com os olhos. Em determinado ponto do corredor ela podia até sentir uma respiração ofegante. Desconforto não seria a palavra correta, mas medo, muito medo.

Haveria alguém na parede? Impossível.

Todo verão era a mesma coisa. A sensação, a respiração e o medo.

Um dia ela relata aos pais o que sente com relação à casa.

O pai, herdeiro direto do casarão, fica assustado e inqueito.

Então ele fala sobre uma lenda sobre a parede esquecida há muito tempo, de que seu avô teria descoberto uma traição de sua avó e assassinado o amante e escondido dentro de uma das grossas paredes antigas do casarão. A lenda.

Seria verdade isso tudo.

Precisavam saber a verdade.

Ela indica o local exato onde se manifestava os fatos.

E sem levantarem suspeitas, começam a destruir a parede.

Em pouco tempo, a surpresa. Ossos, vários ossos....

Não de um, mas de varias pessoas...de quem eram?

Teria a avó mais de um amante? Ou seria o avô um serial killer?

Os ossos foram enterrados num terreno bem ao fundo da propriedade.

Ela nunca mais se sentiu observada, e nem as respirações.

Mas o mistério sobre os ossos os acompanhou pelo resto da vida.

De quem eram os ossos?.....

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 09/01/2010
Código do texto: T2019682
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