A Morte ou a Dama de Negro (mini conto)
Levai-me ó Dama de Negro que tens rondado minha pobre vida.
Atendei ao pedido desse pobre e miserável ser.
Nada mais me resta.
Minha saúde se perdeu.
Pais tú a levaste ó Dama de Negro.
A cada dia me tiras algo.
Sou um pobre que nem pude ver meus entes queridos serem entregues à terra mãe, pois minha visão foi levada também.
Até quando? Me digas ó morte.
Que fiz eu à terra para merecer tal castigo?
Por acaso matei? Ofendi a Deus ?
Dizei me ó cruel Dama Negra.....
Me sacia o desejo de saber....
Onde estás agora?
Sinto seu odor, seu som, sua presença.
Respondei-me.
Te enxergo com meu coração
Quebrado, dolorido, sangrando.
Ainda assim te enxergo.
Sinto o arrepio de sua presença.
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Cá estou a teu lado.
A ouvir teus lamentos,
a sentir tua lágrimas.
Não me entendes nem nunca me entenderás.
Sempre estive a teu lado sim.
Tens uma missão maior que toda sua vida.
Sei o quanto sofres,
sei o quanto dói cada lágrima que derramas.
Sinto o sabor salgado delas em minha boca.
Mas nada faça, não tentes tirar o que não lhe pertence.
Em sua fé és testada.
Em sua força revigorada.
Encontrarás com os teus.
Não agora, mas no tempo certo.
Para isso vistes à terra.
Eu somente cumpro minha missão.
E você também cumprirá a sua.
E serás exaltado.
Aquietas-te e suportai.
Ainda não é chegado seu tempo.
Pode não perceber.
Mas também sofro contigo.
Me dói cada alma que levo.
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Não entendo do que falas,
mas que outra opção tenho?
Que outra coisa me destes a escolher?
Calo-me e levanto a cabeça.
Vivereis até que me leves, ó Dama Negra.
Apesar de nada ver e de outros depender
Agradecerei e viverei.......
Se chamas isso de viver....viverei. !!!!