A canibal

Ela acorda. A cabeça dói muito.

Uma cela. É onde ela está agora.

Leva as mãos até a boca. Um obejto estranho.

Susto e medo. Uma espécie de focinheira.

Mas como, o que seriA aquilo.

Sua cabeça roda, dói, seus pensamentos voam, incertos, sem nexo....

Sozinha e com frio. Tenta se recompor, tenta pensar mas acha difícil.

Algumas cenas lhe veem à mente.

Vozes povoam sua mente.

Clarinha, que fazes aí ó menina?

É a voz da mãe. Da mãe que morreu quando ela ainda era criança.

De que? Ela nunca soube exatamente. Nunca falavam sobre isso.

Na cena ela está com o dedo ferido e sugando o sangue.

E sendo repreendida pela mãe.

Lembranças vagas. Um castelo medieval.

Mas era ela, isso ela tinha certeza.

Em outra lembrança, ela vê mulheres com aparência de cozinheiras pedindo para que ela não coma carne crua.

Junto com esse pensamento ela sente um sabor de carne crua e sangue em sua boca. E gosta. Saliva.

Mas ainda não entende o que faz ali. Jogada num canto, numa cela fria e escura.

Sua idade: 23 anos. Ela não poderia ter vivido na época medieval.

Não pela lógica. Mas viveu, não só viveu naquela época, como viveu desde aquela época.

Mas ela não sabia disso.

Não até agora.

De repente a pesada porta de aço de abre e entra um homem com um terno preto impecável, entra e se senta em uma cadeira à sua frente.

Tem o olhar frio e vago, A chama pelo nome: Clarissa.

Ele elogia sua beleza e explica porque está ali.

Ele tem poder para tirá-la dali. Tem influências com os homens mais poderosos.

Clarissa não consegue falar por causa da "focinheira".

Ele a retira. Ela respira aliviada.

Confusa e cheia de perguntas.

O homem de terno impecável se ajeita na cadeira e fala sobre ela.

Uma maldição acompanha sua família. Em cada geração um canibal nasce.

E vive se alimentado de carne e sangue. E que a família sempre sabe disso e provê esses "alimentos", mas às vezes se esquecem, e quando isso acontece os canibias acabam saindo do controle e se alimentando fora de casa, o que, obviamente causa certos transtornos.

E ele, sempre teve a função de tirá-los dessa situação.

Ela se assusta com a história.

Ele faz sinal para que a acompanhe.

Saem normalmente. Já estava tudo resolvido. Sua influência e poder.

Um aperto de mão frio. Uma troca de olhares vagos.

Ele se vira e some no meio das pessoas que circulam pela rua,

Clarissa ainda confusa. Seria um pesadelo, um sonho ou um delírio.

Ela tenta se localizar e achar o rumo para casa.

Mas......sente fome....

Precisa comer algo antes de chegar em casa.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 31/12/2009
Reeditado em 04/01/2010
Código do texto: T2004454
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