Sombra de uma casa

Rio de Janeiro, 25/12/09

Era no alto da colina que ficava aquela imensa casa. Cercada de arvoredos entre a estrada, separada por encostas e o despenhadeiro, de encontro com o mar. Sete aposentos, quatro banheiros, quatro salas, ampla copa cozinha, lavanderia, dependência separada e uma mobilia de madeira de acácia totalmente, envernizada.

Luisa Carla era única moradora daquela privilegiada mansão. Bela e elegante a paisagem natural sentia inveja de ver sua pose de rainha ao aparecer logo pela manhã no varandado de ripa corrida. Cheia de sonhos e desejos pelo noivo Juan Carlo. Um fotógrafo argentino que tinha seu laboratório fotografico em Bariloche, onde nasceu. Conheceu-o num café argentino quando assistiam o espetáculo de tango, dançado por Carlos Vegaz.

Nasceu um romance cheio de emoção, troca de presentes e cartas de amor. Luisa Carla era filha única e soube financiar os bens que a familia deixou o que engrandeceu os olhos de Juan Carlo. Luísa Carla não tinha para quem deixar o que era seu em caso de falecimento. Porém, nunca se preocupou com aquilo levando sua vida normalmente. Sem desconfiar que era traída.

Pintava belas figuras nas telas sustentada pelo suporte qual havia base para guardar tintas e pincéis. Desenhava o mar, montanha cachoeiras e estradas onde os automóveis, se perdiam ao longe. Um dia, aconteceu o inevitável. Acabou a luz no lugar onde morava. Sem saber voltar para casa caiu no despenhadeiro.

Juan Carlo havia viajado para Argentina na sexta feira, para desfazer dos seus negócios pois havia se metido com agiota num dívida sem igual ao montar o laboratório. Quando trouxe consigo a namorada hospedando-a numa pousada próximo de onde morava aquela que seria a futura esposa. Procurou Luisa Carla e não a encontrou, o que deixou de ser feito relatório sobre seu falecimento.

Um mês depois, casou com Luciana. Foram morar naquela casa e tudo começou a ser trocado. Luciana era estúpida e grosseira com Juan Carlo. Saia escondido para encontrar com o namorado mais novo que ele. E o bancava com o dinheiro que Juan Carlo soltava nas suas mãos. Luciana gostava de pegar sol próximo do despenhadeiro logo pela manhã. As telas de Luisa Carla permaneceram ali, espoxtas ao tempo. O deseho de seu rosto amarelado e sombrio começou a ganhar força enquanto testemunhava a malandragem de Luciana, que desfazia de Juan Carlo, o obrigando a trabalhar e alterar os lucros da empresa de Luisa. Certo dia, Juan Carlo caiu doente e não pode sair da cama. Mesmo assim a frieza de Luciana não reapeitava limites nem sentimentos o obrigando a levantar-se e ir trabalhar. Abatido, seguiu em frente, quando outra queda de luz escureceu o lugar e Juan Carlo teve o mesmo fim que Luisa Carla. O rosto de Luisa parecia ter criado vida naquela tela. Caiu imenso temporal e a tela permaneceu ali sobe ação do vento, sem ser tirada do lugar. Era como se a alma daquela jovem que um dia viveu cheia de ilusão, tivesse criado força contrária a natureza e força capaz de destruir aquela destruidora de sonhos e de vida.

Agora sim chegaria o momento de dar um basta nas investidas de Luciana. E começou a traçar seus planos assim que o sol chegou. Luciana mudara mobília e toda estrutura da casa para dar conforto aquele salafrário com quem escolheu viver. Finalmente, ao fim de três meses a casa estava reformada. Havia empregados trazido de longe e uma festa preparada para anunciar á sociedade seu compromisso. Mesmo com os pais vivos Luisa nunca gostou de badalações, principalmente de barulho. E o som estava alto demais, os risos ultrapassava as paredes e até os vizinhos estavam reclamando.

O jeito foi Luisa subir o despenhadeiro e se aproximar da festa. Mexeu na aparelhagem de iluminação e acabou a luz. Desespero tomou conta de todos. Os raios passavam pela janela e os trovões clareavam ao redor permitindo que todos a vissem nítidamente, buscando de volta o que era seu. Os convidados sairam correndo entrando nos seus carros. Luciana tentava controlar todos mas não adiantava. Luisa queria acertar as contas com Luciana e quando esta notou o que estava acontecendo, correu na direção do despenhadeiro.

E foi ali que Luciana provou do mesmo veneno levando imenso tombo que seu corpo rolou até as pedras sendo banhado pelo mar. Alguns dia depois, Luciana estava no hospital entre a vida e a morte para o resto da vida. Equanto isso a casa voltou a ser o que era antes ao olhos de Luísa Carla desenhada na tela por sua prória autoria.

Dynah Monteiro Costa.

Dyanne
Enviado por Dyanne em 25/12/2009
Código do texto: T1995135