Natal ? ?

Naquele viaduto daquela avenida sempre tão movimentada todo ano era a mesma coisa.

Dia 24 alguns Papais Noéis passavam por ali distribuindo alimentos e pequenos presentes.

Os mendigos já os esperavam.

Nada tinham. Nem dinheiro nem família.

Nem sabia o que era isso.

Esse ano apenas um Papai Noel apareceu.

Era estranho. Pálido e esquálido. Sem a típica barba.

Mas tinha um sorriso enigmático e cativante.

Trazia uma caixa de isopor com alimentos.

Vinho do bom e latinhas de cerveja.

Era a felicidade completa.

Todos riram, comeram, beberam e conversaram muito.

Ao efeito do bom vinho, não tardaram a dormir.

Todos sem exceção. E todos sonharam o mesmo sonho.

Sonharam estar num lugar iluminado e totalmente branco.

E todos estavam lá. E eram amigos.

Vestidos de branco.

E no sonho, olharam para baixo e viram.

Viram um Papai Noel tirando sua fantasia vermelha e jogado-a ali mesmo.

E sob aquela roupa vermelha, não souberam como, mas ele usava um sobretudo preto e na cabeça um chapéu de gangster.

Assustados se olharam e novamente olharam para baixo.

A figura de negro ainda estava lá, agora segurava uma foice nas mãos e ouviam num tom de voz baixo mas assustador.

-Estou dando a vocês o melhor presente que podem receber.

Feliz Natal, fiquem em paz.

Os mendigos nunca mais foram vistos e nem seus corpos foram encontrados e também ninguém nunca deu falta deles.

Não tinham nada mesmo e não eram nada para ninguém.

Estão felizes.

Sempre é Natal para eles agora.

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Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 25/12/2009
Reeditado em 27/12/2009
Código do texto: T1994646
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