Sonhos malditos (conto poema gótico)

A faca na mão

a mão suja de sangue

gritos, dor, desespero...

o suor escorrendo

as vozes desesperadas

entrando em seus ouvidos...

Pavor, dor, olhos arregalados...

De repente um pulo,

um susto, ele acorda

Assustado,

banhado em suor.

Toda noite, todo sono

Ele matando alguém;

nunca via quem era

mas ele matava,

sentia o sangue

nas mãos;

ouvia os gritos

de dor, de medo.

Acordava apavorado

no meo da madrugada;

olhava pro relógio;

três em ponto

sempre, toda noite...

O sono sumia

andava pela casa

feito um zumbi....

Cigarro, álcool e drogas.

Hoje não mais ...

não mais sonhar;

não mais matar.

Sem sono;

meia noite.

Vai dormir

dorme pesado;

o sonho vem;

a faca na mão;

a vítima vindo

medo nos olhos...

ele avança

ataca e mata.

Sangue, dor e medo;

o líquido vermelho escuro

grosso e quente;

escorre pelas mãos.

A dor toma conta de seu peito,

ele acorda, a dor é insuportável;

sente as mãos molhadas,

olha para elas...

ensanguentadas.

Olha para seu peito,...

encharcado.

A faca caída na cama.

Olha no espelho

e vê muitas marcas,

na camisa....

São facadas, muitas,

o ar lhe falta

a dor aumenta,

senta,

deixa o corpo cair para trás.

Essa noite é a última,

o último sonho,

o fim.

Não mais sangue.

Não mais pesadelos.

Não mais vida.

...................

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 24/11/2009
Reeditado em 26/11/2009
Código do texto: T1941426
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