A Fera -Olho no olho- Terceira Parte

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Já se passava das dez da noite quando Henrique decidiu ir até a casa de Edu, eles não tinham encontrado a criatura próximo ao bairro, já haviam se passado sete dias desde o ocorrido na pequena fazenda abandonada, porém, eles não esqueceram o que havia acontecido e decidiram impedir que algo de ruim acontecesse as pessoas do bairro. Henrique caminhava em direção a casa de Edu, ao dobrar a esquina estancou olhando para a rua, estava deserta, a iluminação que vinha dos postes era pouca, e muitas das luzes ficavam piscando causando irritação em seus olhos. Com um pouco de receio, voltou a caminhar, em direção a casa do amigo, já estava próximo.

Chegando próximo da casa do amigo ouviu algo vindo das árvores as margens do lago, estancou tentando ouvir o som mais uma vez, no entanto nada veio, curioso e ao mesmo tempo com medo, começou a andar em direção as árvores aguçando seus ouvidos para tentar ouvir o menor dos ruídos, alguns minutos de caminhada, chegou próximo o que fora uma pequena maloca no passado, não havia teto na estrutura, apenas entulhos de madeira velha, não houve nenhum barulho quando Henrique pisou acidentalmente num galho seco aos seus pés, ele ficou paralisado como se estivesse esperando acontecer algo, já estava preparado para correr quando ouviu mais uma vez alguma coisa se mexendo, dessa vez estava próximo de mais.

- Meu Deus. - sussurrou Henrique engolindo em seco.

As folhas que estavam no chão continuavam a fazer barulho, Henrique recuou alguns passos, estava quase correndo quando viu um pequeno gato sair de trás da pequena maloca, o barulho havia cessado, Henrique respirou fundo aliviando seu corpo tenso, o gato andou em sua direção esperando ser recebido com carinho, contudo, ao aproximar-se do jovem, o gato foi atacado por uma sombra que passou cortando o vento causando espanto em Henrique que caiu sentado com a pressão do deslocamento da sombra, não foi possível ver o que era, mas Henrique sabia que era algo grande. Tentou se levantar, mas estancou ao ver dois olhos vermelhos escondidos entre as árvores próximo a ele, Henrique sabia o que era, no entanto, não teve reação, suas pernas não se moviam, estava paralisado da cabeça aos pés, sua respiração era apressada e causava-lhe pequenas pontadas em seu peito, a fera continuava a encara-lo, seus olhos eram enormes, era de um vermelho sangue, demonstrava ódio, as árvores impedia que Henrique visse as formas da criatura, como se ela tivesse adivinhado os pensamentos de Henrique, andou um passo a frente batendo forte com sua pata no chão seco, Henrique ficou sem ar por alguns segundos, a Fera tinha uma pata enorme, era maior que seu peito, com garras afiadas e negras tal como seus pelos, aproximando-se da pouca luz que emanava dos postes, continuou a encarar o jovem com os dentes a mostra rugiu baixinho causando calafrios em Henrique, ele não podia correr dali, estava certo de que iria morrer, tentou pedir socorro, porém sua voz falhou ao abrir a boca, começou a rezar baixinho enquanto a criatura se aproximava revelando seu corpo monstruoso, em sua boca continha um pouco de sangue, em movimento de repudio, a criatura jogou para o lado o gato que havia abocanhado minutos atrás. Próximo de seu rosto, Henrique sentia o hálito quente e pútrido que vinha da boca da fera, estava de olhos fechados, tremia de medo, porém não parava de rezar o Pai Nosso e Ave Maria. Os segundos ali pareciam uma eternidade, a criatura afastou-se aos poucos, recuava sem tirar os olhos do garoto que estava sentado a sua frente, Henrique quando criou coragem para abrir os olhos percebeu que a fera havia sumido, ao procura-la percebeu um grande vulto correndo em direção lago depois das árvores e chegando ao outro lado, Henrique levantou-se aos poucos, agora firme olhou em direção ao lago, estava calmo, porém o silêncio fora quebrado por um uivo forte e assustador.

Henrique estava vivo, não sabia o porque, com medo que a criatura voltasse, correu em direção a rua batendo no portão da casa do amigo chamando seu nome aos berros enquanto algumas poucas lágrimas escorriam de seus olhos. Ele estava vivo, mas estava com medo, muito medo.

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...Continua

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