A garota do lago Frizon

Meu 1º conto, favor tenham paciência. Não um TERRORZÃO mas achei melhor colocar aqui.

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Júlia tem 19 anos, é bonita, tem cabelos pretos, pele clara e chama a atenção pelos lindos olhos verdes e cintilantes. Ela está de folga da loja de artigos esportivos, onde trabalha e decidiu passar o dia na casa de campo da família do namorado à margem do lago Frizon.

O dia estava começando, mas parecia que seria um dia ensolarado e com boa temperatura, Júlia estava animada.

- Tem certeza que não esqueceu nada? – perguntou Antônio, o namorado, 20 anos, ele é alto, tem cabelo preto e curto e uma barba permanentemente por fazer – Não quero ter que voltar quando estiver na estrada.

- Já disse que trouxe tudo.

A estrada para o Frizon estava quase fazia, era uma quarta-feira e provavelmente também não teria ninguém nas casas.

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- Nossa, que lindo! – disse Júlia quando desceu do carro e olhou a sua volta – Nem parece real.

Fazia sentido, o lugar era perfeito. Temperatura, sol, montanhas, casas, o lago, até a grama era perfeitamente cortada.

- É. Onde você guardou as chaves? – quis saber Antônio enquanto revirava uma bolsa verde.

Ela não respondeu, estava longe.

- Júlia?! – ele gritou. Nada – Esquece! – Ele acabou encontrando as chaves.

Antônio abriu a porta da casa e descarregou a bagagem enquanto Júlia caminhava lenta e despreocupadamente pela beira do lago apenas ouvindo um leve barulho de pássaros.

De repente, sem perceber, ela tomou um grande susto quando sua perna esbarrou numa garota que estava sentada na areia.

- Nossa! Desculpa, eu não vi você, estava distraída, desculpa mesmo – Júlia se desculpou enquanto a garota levantava.

Ela parecia ter uns 16 ou 17 anos e era linda, com um cabelo loiro comprido, sorriso cativante e curvas muito bem definidas.

- Não se desculpe tanto, está tudo bem. – disse ela tirando areia do short – Meu nome é Bruna, o seu é...

- Júlia. – Ela deu uma risadinha n canto da boca – jeito estranho de se conhecer.

- É tenho que concordar.

As duas riram um pouco.

- Vi vocês chegarem no carro, vão ficar muito tempo? – perguntou Bruna sendo simpática.

- Não, só hoje. – Júlia olhou para a casa de Antônio rapidamente – Tenho que ir lá, devia estar ajudando ele, foi um prazer conhecer você.

- Tudo bem. Olha, mais tarde passa na minha casa, é aquela azul ali – Bruna apontou – Minha mãe adora visitas.

- Vejo isso depois, ok? Tenho que ir.

As duas trocaram beijinhos no rosto e Júlia se foi.

- A gente VAI se ver – murmurou Bruna ao léu.

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Júlia e Antônio arrumaram tudo e foram para o lago, passaram a manhã toda lá, foi ótimo para os dois.

Já eram 15hs quando os dois almoçaram e foram ver um filme.

No meio do filme houve um barulho, um barulho permanente que vinha do quintal.

- O que é isso? – perguntou Júlia assustada.

- Não dever ser nada, me deixa olhar.

Antônio levantou, mas antes de sair para ver qualquer coisa o jardineiro da casa, Jorge, apareceu na janela de vidro se desculpando pelo barulho.

- Desculpa, eu não queria incomodar, mas é que tem um problema no encanamento externo que ta passando por todas as casas e se não for resolvido as casas podem ficar sem água.- disse ele, um homem de meia idade com cabelo castanho, alto e com uma barba grande.

Júlia logo se lembrou de Bruna.

- Jorge... Você já foi à casa azul? Uma das últimas tem uma família lá e ficar sem água... – Júlia não quis ser pretensiosa.

- Tem o quê lá? – Jorge estava confuso.

- Uma família, você não os viu? Tem uma garota...

- Não tem ninguém naquela casa há anos, desde a morte da família e nunca nenhum parente foi lá.

- Não, não. Eu conversei com a garota daquela casa hoje, ela me convidou pra ir lá mais tarde.

Jorge agora ria.

- Que conversa é essa? – Antônio não entendia nada.

- Olha, Antônio, eu vim aqui fazer um serviço e já fiz, então já vou indo. Tenham um bom dia. – disse Jorge saindo e balançando a cabeça negativamente.

- Do que porra vocês tavam falando? – Antônio estava muito curioso.

- É que... Hoje quando a gente chegou eu conversei com uma garota e ela me convidou pra ir a casa dela, a tal casa azul e esse cara tá praticamente me chamando de louca porque ele disse que não tem ninguém lá.

- Será ela o fantasma do lago Frizon? – falou Antônio rindo alto.

- Nós vamos lá.

- Quê?

- Vamos lá, oras, fui convidada, nada mais normal.

Antônio não teve tempo para argumentar, Júlia já estava trocando de blusa. Agora a única coisa que ele queria era voltar cedo e ter algum tempo sozinho com ela.

A noite começou a cair cedo. O clima estava caindo junto com o crepúsculo quando os dois atravessaram os jardins das casas até chegar à casa azul em questão.

Júlia tocou a campanhinha. Em um segundo Bruna abriu a porta com um grande sorriso.

- Você veio... – ela disse.

- Júlia deu um sorriso maroto para o namorado e cumprimentou a garota.

Todos entraram.

- Onde estão seus pais? – perguntou Júlia.

- Saíram, foram comprar coisas para o jantar. Devem demorar. Estou fazendo a sobremesa, você me ajuda?

Júlia concordou, lavou as mãos e começou a cortar maçãs.

Antônio e Bruna foram apresentados e ele começou a olhar uns discos de vinil na estante da sala reparando na decoração clássica da casa.

- Bonita casa – comentou ele.

- Você precisa ver a vista que tem da sacada, é o que eu mais gosto aqui. – disse Bruna dando uma piscadela para ele.

Ao mesmo tempo Júlia cortou o dedo indicador e soltou um gritinho de dor.

Com muita rapidez e habilidade Bruna tirou um esparadrapo de uma gaveta e colou no dedo cortado da outra.

- Está tudo bem, amor? – Antônio perguntou preocupado.

- Tudo bem, foi só um cortezinho. – Júlia sorriu amarelo – Onde fica o banheiro?

- Segunda porta a esquerda – informou Bruna apontando.

Júlia se dirigiu até lá.

- Ótimo disco – comentou Antônio mostrando um dos Beatles.

- Então vamos ouvir Beatles!

Bruna colocou o disco pra tocar e começou a dançar puxando Antônio pelo braço que foi levado na onda e dançou com ela.

Ele não sabia bem explicar por que fez aquilo e nem o que sentiu, mas na parte lenta da primeira música segurou Bruna pela cintura bem perto dele e sentindo o cheiro doce e delicioso dela tão perto não resistiu a beijou forte e quente descendo a mão até a bunda dela.

Foi delicioso até a hora que Júlia voltou e viu tudo.

- Que palhaçada é essa?! – berrou ela empurrando o namorado.

- Eu não sei ex... Ela... Eu... – gaguejou Antônio atordoado.

- Você viu muito bem, Júlia, ele me beijou e olha, foi maravilhoso! – disse Bruna às gargalhadas.

Sua puta! Foi o que veio a cabeça de Júlia quando ouviu aquilo. Nesse instante ela voou no pescoço da outra. Com uma mão apenas Bruna segurou a outra pelo pescoço e a jogou com força contra a parede fazendo um quadro de madeira cair na cabeça dela.

- Vamos terminar, amor? – Bruna empurrou Antônio para o sofá e subiu nele beijando-o, tirou a camisa dele e riu para Júlia.

A garota machucada levantou chorando de raiva e dor. Mais uma vez ela tentou bater na outra, mas foi inútil, Bruna chutou a barriga dela com violência afastando-a outra vez.

Antônio realmente não queria, mas estava adorando o que Bruna fazia com ele, essa garota tão cheia de energia... Ele estava excitado.

- O que é, Júlia? Você também me quer? Quer participar da nossa festinha? – Bruna gargalhava de novo.

A segunda música do disco tinha começa e era um rock muito agitado. Bruna fez um leve movimento com um dedo e aumentou o volume.

- Como ela...? – Júlia não entendia – Antônio, tire essa garota daí, faça alguma coisa, AGORA!

Ele bem que tentou, e quando tirou Bruna do seu colo com força algo bem pior aconteceu. Bruna fez um movimento com a mão e um facão voou para ela. A garota segurou Antônio pelo pescoço no sofá enquanto ele lutava para levantar.

- O que você vai faze...

- Xiiiii. Eu tenho algumas, poucas regras, umas delas é: Quando eu estou com alguém EU decido a hora de parar.

E com um movimento cruel e rápido, digno de samurai cortou a garganta dele fazendo jorrar sangue e trazendo ao ambiente rock e um berro histérico de Júlia.

Antônio já tinha parado de agonizar quando Júlia levando toda dolorida e chorando aos gritos:

- Por que você está fazendo isso? Quem porra é você?

- Ai ai, sempre as mesmas perguntas, não é Julinha? – Bruna ria debochada.

Bruna voltou para cozinha, lavou as mãos e começou a cortar peras. Júlia fechou os olhos de Antônio com delicadeza e rastejou até a janela mais próxima.

Quando Júlia começava a botar o corpo para fora Bruna franziu a testa e a janela fechou com muita força fazendo pressão contra a perna de Júlia que foi obrigada a puxar a perna de volta e sair mancando. Vadia!

- Sabe, Júlia, eu odeio quem tanta fugir, odeio! – Bruna colocou dois pratos na mesa, jogou as frutas cortadas neles e derramou muito mel por cima – Adoro mel!

Bruna fez um movimento apressado com a mão e Júlia foi obrigada a sentar à mesa, completamente a força.

- Coma! – ordenou a garota loira que mastigava com classe.

Não era hora de contrariar. Júlia comeu, enquanto o fazia percebeu que um facão um pouco menor do que o que matou seu namorado estava bem perto dela. Ela pensou e agiu rápido, numa fração de segundo pegou o facão e jogou na cabeça da outra fazendo atravessar a testa dela.

Bruna fechou a cara, tirou a faca da testa sem derramar uma gota de sangue. Calmamente com um movimento de cabeça fez a cadeira de Júlia ser arrastada até bater na parede. Júlia estava presa, tecnicamente solta, mas uma força não a deixava levantar.

- Vocês realmente não pensam antes de fazer as coisas, não é? São todos burro!

- E você pensa?! Sua vadia idiota! – retrucou Júlia em meio as lágrimas.

Júlia ia falar mais, mas foi barrada por um forte tapa no rosto fazendo a bochecha ficar ainda mais vermelha.

Bruna saiu, quando voltou trouxe Antônio arrastado completamente nu e sem nenhum sangue pelo corpo. O brinquedinho dele estava tão animado... Pensou Bruna com um sorriso permanente.

- Pobre Antônio, teria uma ótima noite comigo... – disse ela.

Bruna beijou os lábios sem vida do homem caído fazendo Júlia se contorcer para levantar. Então levante se quer tanto. Júlia levantou num impulso caiu por cima de Bruna e as duas brigaram como dois animais lutando ele último pedaço de carne ao som de um folk calmo.

- Sabe, Júlia, – Bruna a segurava pelo pescoço no alto – Brigar com outra mulher é muito interessante e os homens adoram, mas sinto ter que terminar isso por aqui. – Bruna deu um selinho rápido em Júlia e depois quebrou seu pescoço brutalmente – Meus pais já devem estar chegando.

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Pouco depois os pais de Bruna chegaram, a mãe foi a primeira a ver a bagunça na casa. Ela disse entre um sorriso:

- Eles nem quiseram nos esperar?

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Olavo Ataide
Enviado por Olavo Ataide em 16/11/2009
Reeditado em 16/11/2009
Código do texto: T1926751