O LADRÃO DE ALMAS (MINICONTO)

Ele colocou a mão nas águas de um rio caudaloso e de lá tirou um diamante misterioso que refletia a face daquele homem, pálida e espantada.

Resolveu levá-lo consigo para analisá-lo melhor no dia seguinte, pois a noite já tomava conta do vale.

Ele dormia num celeiro cheio de palhas, e após juntar algumas palhas para formar um travesseiro, guardou o diamante num dos bolsos e dormiu, a principio um sono agitado e depois um sono profundo.

Pela madrugada acordou estupefato, pois o diamante brilhava intensamente, ele estava com muito medo, jogou o para longe, tentava tampar os olhos, mas não conseguia, pois estavam cheios de terror.

O brilho foi rapidamente aumentando e acabou por devorá-lo e sua imagem ficou presa dentro do diamante com a face horrorizada.

Após um longo silêncio, o diamante voltou ao normal e um pouco antes do amanhecer, como se tivesse vida, foi rolando ao sabor do vento, até chegar à beira do rio, onde se jogou, pois aguardava outra pessoa, para roubar-lhe a alma, pois sua beleza vinha de roubar as almas dos desventurados que o encontrasse.

Amadeu Paes

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