Ano Novo, Fantasias e Morte – Parte I

Alexandre Menezes

Véspera de ano novo. Madalene e John seguem juntos para uma festa no mais tradicional parque de diversões da cidade. No caminho, calafrios sugerem a mente da jovem que voltasse para casa. Decidiu seguir após relatar seu desejo de não mais prosseguir e ser zombada pelo amigo.

Era uma festa à fantasia. Ela vestia uma curta túnica branca e tinha arco e flechas prateados transpassados sobre os ombros. A face pálida e amedrontada não combinava com sua caracterização de Ártemis, a destemida virgem caçadora, senhora dos animais.

O primeiro arrepio sentido por Madalene foi no exato momento em que viu John. Ele vestia uma túnica esfarrapada com manchas assemelhadas a sangue. Carregava um pequeno boneco destruído, uma foice e arrastava correntes presas aos pés. Maquiagem impecável, era a perfeita caracterização de Cronos, Titã morador do tártaro. Infernalmente assustador.

Os jovens haviam combinado encontrar na portaria com Herbert. Às 22:30, como acertado anteriormente, lá estava. Caracterizado de Schahriarv, vestia roupas comuns a um rei persa e carregava consigo uma cortante cimitarra. Ele parecia bastante abatido após decobrir que sua mulher o traia. O real motivo de irem à festa era a tentativa de animar o amigo.

Entraram e começaram a beber. Poucos minutos antes da meia noite sentimentos adormecidos começam a ressurgir. Era de conhecimento de todos a paixão de Madalene por Herbert e a de John pela moça. Não havia nenhum segredo. Porém, o clima de amizade começou a ter fim quando herbert ao ver, na face da bela mulher, a imagem da esposa a beijou ardentemente.

Propositalmente, algumas partes do parque não estavam em funcionamento. Ciente disso, os dois seguiram em direção ao castelo fantasma. Ao convidar Madalene, Herbert disse conhecer um excelente local para que ela contasse histórias ao seu ouvido. Ela, queria apenas realizar um antigo desejo de amor, sem dizer nada, para depois ter uma aventura para contar. Herbert os seguia de longe e em lágrimas ao lembrar das palavras da amiga que sempre dizia vê-lo e amá-lo como um pai...

A continuação dessa história será dada pelo escritor Xande Ribeiro. Segue o link:

http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=56750