OUTRA ESTÓRIA DE LOBISOMEM
Aconteceu em um desses dias que o caboclo sai do trabalho, vai para o armazém para encontrar com os amigos e tomar umas pinguinhas. Exagerou um pouco nas doses e perdeu a hora de voltar para casa. Já tarde da noite, o peão volta pra sua casa montado em seu cavalo que sabia o caminho de volta tanto quanto ele.
Lá pelas tantas léguas caminhadas, o sujeito percebe que alguma coisa vinha em paralelo a ele fora da estrada. Estava tonto, mas sentia que alguma coisa esquisita estava ao seu redor.
Diminuiu a marcha do cavalo para ver direito o que se aproximava e viu um vulto enorme branco, em forma de um grande cachorro que vinha para o seu lado da mata.
O que ele não entendeu foi que o referido vulto não pisava ao chão e sim estava como se flutuando, pois à margem da estrada havia desníveis e barrancos e o animal andando sempre em linha reta, flutuado.
Assustado, o cavalo do peão disparou e não foi diferente com o outro animal. Abriu-se uma correria desenfreada pela estrada, o peão assustado montado num cavalo mais alucinado ainda e o bicho estranho ao lado, todos correndo na mesma direção como se fosse uma corrida. Uma hora o bicho emparelhava com o peão outrora afastava e continuaram nessa corrida durante uns três minutos, quando o peão chegou à porteira da fazenda onde morava e nada mais viu.
As estradas de terra levam a lugares distantes, ladeadas de pastos, de variadas paisagens, suas curvas são solidão no coração de quem anda nelas.
FIM