O Quarto.- Cap 7 - FINAL

7-Capitulo; - O Inferno.

-Eu vou- Disse Paulo.

-Você esta louco?- Guto olhava sem acreditar. –Você pode morrer em um segundo lá fora.

-Gabriela também, eu vou o que eu tenho que fazer? – Paulo estava decidido.

Débora ate agora nunca tinha aberto a boca, estava em um canto com as mãos no rosto, levantou a cabeça.

-Eu estou com medo Paulo, eu quero ir embora.

-Você queria algo sobrenatural não é? Aqui esta. –Paulo estava sem paciência.

-Mas não algo do qual pudesse me matar a qualquer momento. –Ela chorava.

-O que eu devo fazer. – Paulo disse por fim, tentando evitar olhar Débora e decidir volta atrás.

-Bem- estava claro que Guto não queria que o amigo fizesse isso. – Você só tem que atravessar aquela porta.

Guto abriu a porta um pouco, para que Paulo olhasse a saída, o pátio estava cheio de grandalhões andando de um lado para o outro, alguns com pedaços de Marcos nas mãos.

- Mas tem um porem.

-O que? – Paulo perguntou.

-Vocês estão vivos, ate aqui vocês tem certo tempo de permanecer, lá fora nem pisarão os pés, a menos que estejam usando algo do inferno.

- O que podemos usar. – Disse Paulo apresado.

-Acho que as voltas que te dei devem servir.

Paulo olhou a volta em sua mão, e passou rapidamente pelo pescoço, Débora fez o mesmo lentamente.

-Agora vocês têm que passar correndo e chegar à outra porta, eu não posso ir lá, então boa sorte.

Paulo olhou o Pátio, medindo a corrida que faria mentalmente, não era uma grande distancia, mas também não era uma corrida curta, para um grandalhão o pegar, era um piscar de olhos, ele esperou eles se afastarem bem.

-Você vem Débora?

-Vou, não quero ficar sem você. – Ela correu e agarrou o braço dele.

-Então quando falar “já” você corre como uma louca ok?- Ela fez que sim com a cabeça.

Paulo esperou ate que eles estivessem bem distantes e de costas para então gritar e dar um puxão no braço de Débora que quase o deslocou.

-AGORA. - E correu como um louco.

O pátio se tornou tão grande em pouco tempo, no momento em que começaram a correr, eles os viram, agitando suas correntes, os gigantes se viraram e correram para tentar agarrá-los, sempre puxando Débora, Paulo conseguiu chegar à porta a tempo e saíram do pátio.

Paulo não olhou para trás ate Débora solta um grito e abafar com as mãos a boca, Paulo se virou, estavam diante de uma cidade destruída, toda cor ferrugem e dilacerada pelo fogo, o chão rachado caia em alguns pontos e pelas fundas fendas se podia ouvir gritos agonizantes, no alto não havia céu, ou deveria haver um grande céu vermelho, mas um enorme buraco negro o tomava quase todo, do céu chovia pessoas, ou almas, que batiam no chão sendo esmagadas, ou então caiam nas grandes fendas, sim Caiam, com intervalos, mais não paravam de chover pessoas.

-Paulo, eu estou com medo, vamos voltar.

E era realmente de dar medo, sentiam como se os observassem, e barulhos estranhos vinham de todos os lugares, eles olharam para a porta, a porta estava presa em um pedaço de parede, e não havia nada atrás dela, ali era uma passagem, Débora abriu a porta, mas apenas viu o outro lado, ela começou a chorar.

-Não tem jeito, vamos ter que ir em frente, e não chore. – Ele segurou na mão dela e começaram a andar.

Uma grande agonia fazia arrepiar as espinhas dos dois, algo se mexeu no carro destruído do lado, Paulo pegou um pedaço de ferro enferrujado para se defender, cutucou o carro e um grande cachorro saltou de dentro, antes que caísse sobre ele, ele o golpeou e correu, deixou Débora e correu, o cachorro correu atrás dele, antes que o cachorro o pegasse, ele pulou no buraco, mas não caiu, ele parou em cima de um pedaço de concreto que balançava prestes a cair, o cachorro saltou na esperança de pegar ele, e caiu no grande buraco sem fim do abismo. Débora apareceu logo depois aliviada e o ajudou a subir.

-Eu pensei que tinha morrido como me assusta desse jeito? Eu fiquei sem saber o que fazer, e seu ficasse sozinha aqui. – Paulo tentou se desculpar.

-Vejo que veio realmente atrás de mim.

Paulo e Débora olharam do outro lado do abismo estava o homem de olhos amarelos, reparando bem, não era bem um homem, ele parecia ter a idade de Paulo, ou ser mais novo.

-Onde esta Gabriela?

-Uhhhh, bem direto você em. –Ele gargalhou. – Ela esta bem guardada.

-Como assim bem guardada.

-Ela não esta aqui é obvio. – Ele olhou Débora pela primeira vez. - Eu sabia que viria, mas não que trariam outros. Isso vai ser divertido.

Paulo se postou a frente de Débora. Ele gargalhou novamente.

-Olhe onde estamos esse é meu território. – Essa ultima palavra foi pronunciada as costas de Paulo, ele se virou assustado, Débora não estava mais ali. – Você não pode aqui, como disse, esse é o meu território.

Débora esta em volta dos braços dele tentando se soltar, Ele a segurava pelo pescoço e depois a jogou no abismo.

Paulo se precipitou para o abismo, não podia vê-la caindo, estava escuro demais, o jovem de olhos amarelos, parecia entretido com algo que segurava em sua mão.

-Então era com isso que você me evitava; - Ele segurava o a corrente que Débora usava na mão. – Bem vejo que você esta usando, acho que não funciona aqui não é?

Paulo olhava alguma rota de fuga.

-Não adianta fugir, porque não se rende e eu te levo para onde esta sua amiguinha e torturo os dois?- Para surpresa dele Paulo se ajoelhou. – Bem, que bom que escolheu isso, prometo ser rápido com sua morte. - Em um segundo estava na frente de Paulo e estendeu a mão na cabeça dele, Logo estavam em um lugar estranho.

Era grande e tinha material de tortura por todo lado, Gabriela estava amarrada em um canto, ele correu ate ela e tentou solta-la, mas antes que tocasse em uma amarra, ele estava amarrado do lado dela. O garoto de olhos amarelos afiava um grande facão.

- Eu menti quando disse que te daria uma morte rápida, meu pai mandou me diverti com você.

-Seu pai? Tio Andre?- Paulo não acreditava.

-Ainda chama aquele homem de tio? Ele queria se livrar de você, ele invocou um demônio para fazer o serviço, mas ao invés disso eu fui, mas ele me proibiu de passear pela casa, eu adoraria que ele estivesse em seu lugar sabia? – ele parecia se divertir com esse pensamento.

-Porque ele me faria mal? Nunca fiz nada com ele.

-Ele não gosta de seu pai, nunca gostou ai um belo dia, ele manda o filho dele para sua casa, seria a vingança perfeita.

-Vingança do que você esta falando? – Paulo mantinha a conversa, interessado e ao mesmo tempo, tentando se soltar.

-Não sabe? A mulher dele, minha mãe, o traiu com o seu pai. – Olhos de fúria lampejaram pela cor amarela que brilhava em seu olhar.

-Quanto tempo tem isso?

-Acho que antes de você nascer, mas seu pai apenas se divertiu, e deixou ela só, meu pai que ajudou ela e se casou, ele desconfiava que eu fosse filho de seu Pai, e sabe o que ele fez? Entregou-me ao inferno.

Paulo pode jurar que lagrimas invisíveis surgiam nos olhos do seu primo infernal.

-Mas deixe pra lá, eu vou fazer o serviço e então ele vai me deixar em paz, estou preço aqui por causa dele.

-O que eu te fiz?

- Nada e não precisa. Ele mandou, eu obedeço. – e partiu para cima de Paulo.

-Como obedece, não foi ele quem te mandou pra cá? Você devia ter raiva dele não acha?- ele parou em meio caminho.

-eu tenho raiva dele, mas não posso sair do quarto.

-Como você matou o namorado de Gabriela?- Gabriela estava desacordada e não ouvia isso.

-Eu saio pela janela.

-E como não pode tocar nele?

-Porque ele usa um desses colares infernais. - E se aproximou tocando no colar de Paulo.

- Você devia tentar pegar ele não a mim.

- Não, Não. Eu quero você, eu me diverti com você, e você invadiu o meu quarto.

-Seu tio me deixou entrar.

-Ele não me deixou sair.

Um brilho de fúria brilhou nos olhos dele, ele estendeu o facão e puxou o colar de Paulo, Paulo conseguiu se solta e segurar à mão de Gabriela.

Antes que pudesse piscar estava de volta no quarto, Débora o puxava para porta do quarto, ele encontrou o corpo de Marcos no corredor, o garoto de olhos amarelos apareceu no quarto mais irado do que nunca, Mas ele não podia sair do quarto.

-Assim que saírem por aquela porta, eu mato vocês dois, só assim poderei descansar em paz.

-Ele vai te deixar descansar em paz?

-Ele prometeu.

-Você confia nele?

-Não.

-Então porque não pergunta a ele se vai deixar você descansar em paz?

-Eu não posso, estou preso.

- Não esta mais. –Paulo riscou o símbolo com a chave de casa.

-Você esta louco? –Débora disse sem acreditar.

-Mas ele esta com o colar. - O jovem o olhava surpreso também.

-Não esta, ele quebrou no dia em que ficou bêbado. - Paulo afirmou

O Garoto olhou para Paulo e sorriu-Obrigado.

Paulo e Débora sorriram de volta, mas o sorriso do garoto durou apenas um minuto, logo estava com cara de raiva.

-SAIAM DO MEU QUARTO, SAIAM DA MINHA CASA. - Uma grande explosão saiu do quarto e jogou Paulo e Débora no corredor, o fogo começou incendiar o teto, o garoto saiu do quarto, e onde pisava, o piso de madeira pegava fogo, Paulo agarrou o corpo de Marcos e começou arrastar escada abaixo, Débora ajudando, e o jovem os seguindo lentamente. Ele seguia devagar e a casa ia se consumindo em chamas, tudo estava pegando fogo, ele chegou à sala, Débora abriu a porta e Paulo, e eles saíram, puxando o corpo com sigo.

O jovem se sentou na porta da casa que agora ardia em chamas, e esperou, a casa queimava lentamente, os bombeiros chegaram, mas o fogo não diminuía, uma força demoníaca o impedia de tal feito.

Tio Andre chegou logo depois, Olhou a casa e olhou a porta, Paulo teve certeza que ele viu o que apenas ele e Débora conseguiam ver. O Jovem se levantou Tio Andre se ajoelhou frente a ele, ele sorriu então a casa explodiu destruindo tudo a sua volta.

A explosão destruiu duas casas e jogou o carro de bombeiros e varias pessoas a metros de distancia, mas só ouve uma morte naquela explosão. Tio Andre falecera em uma terrível explosão de gás em sua casa, Marcos morrera por inalar fumaça e Gabriela acordou do seu coma. Foi o que falaram os jornais mais tarde, Paulo pode ver duas luzes brilhando entre a fumaça, o seu primo infernal se libertara, e o Guto sorria.

-Epilogo.

O barulho do ônibus parando fez com que Paulo acordasse, já era hora, mais de 12 horas naquele maldito ônibus era cansativo demais, ele se espreguiçou e abriu a boca em um grande bocejo para enfim, se levantar e pegar a mochila que estava no assento ao lado. Tivera um sonho muito estranho, muito real pelo fato, mas enfim chegou, uma nova vida começava, para ele e o seu tio Andre que morava sozinho há muitos anos.

--------------------------------------x----------------------------

Como disse, esse conto foi apenas um teste para ver aonde iria minha imaginação no próximo eu irei caprichar mais, boa leitura, estarei postando ele completo depois. Obrigado a todos que leram.