O olhar (miniconto)
Os seus olhos possuem um magnetismo inexplicável. Olhos negros com intenso brilho refletem uma volúpia eletrizante. Sempre consegue persuadir as pessoas com um olhar. Quando criança; a sua mãe logo percebe os seus olhares insinuadores. A sua maior vítima sempre foi a sua irmã mais nova. Manipula a menina com o olhar! Sua mãe descobre em uma ocasião o menino colado a parede. Os seus olhos focados na irmã. A mãe silenciosa fica atenta. Anton pediu para a irmã abrir a gaveta e pegar o canivete do pai. Como hipnotizada a menina obedece. Anton levanta o canivete na altura do pescoço da irmã. A mãe dá um pulo e bate na sua mão. O medo paralisa as duas. O canivete cai aos seus pés. O grito da mãe assusta Camila. Enquanto, Anton fala: "Hail Satan! Hail Angel!”. Um arrepio corre pelo corpo da mãe. Em outra ocasião no porão da casa, o pai encontra a filha e um sobrinho amarrados. No colo dos dois ratos e sapos estripados besuntam as crianças com sangue. As consultas ao psiquiatra a partir desse fato passam a fazer parte da vida do menino. Pais exasperados sempre avessos a qualquer tipo de religiosidade vivem o drama de desconfiar do filho a todo o momento. Solange lembra ao marido, o filme que assistiram no inicio da gravidez. Algo a atormenta. Apavorados os dois exclamam: “O Bebê de Rosemary!”