O Quarto

Isso foi um teste, para ver se o tema é bom, se gostarem da historia eu continuo ela, posto outro capitulo depois.

1-Capitulo;- Um Novo lar.

O barulho do ônibus parando fez com que Paulo acordasse, já era hora, mais de 12 horas naquele maldito ônibus era cansativo demais, ele se espreguiçou e abriu a boca em um grande bocejo para enfim, se levantar e pegar a mochila que estava no assento ao lado.

A rodoviária não era muito grande, e tinha poucas opções para comprar algo para comer ou uma suvenir, típico de uma cidade pequena, mas ele não importava com isso, procurava entre as pessoas que estavam na rodoviária, o seu tio que ficou de esperá-lo, não foi difícil de identificar seu tio André acenando na frente do carro vermelho estacionado na esquina, Paulo foi ate ele tentando puxar um sorriso que saiu de maneira forçada.

-Ola.

-Só trouxe essa mochila com você? - Perguntou o seu tio com uma voz que mais parecia um grunhido.

-Sim, as outras coisas estão nas caixas que meu pai o enviou. - Paulo não se importava com a falta de educação do tio, ele só queria deitar um pouco.

-Ah ta,venha. - Seu tio encerrou a conversa com um gesto para entrar no carro.

O caminho da rodoviária ate a casa de seu tio era bem curto, não demorou nem 20 minutos o percurso, mas durante esse tempo, Paulo observou a pequena cidade com olhos preguiçosos.

Era uma cidade pequena, com tudo muito perto, as pessoas tinham feições gentis e amigáveis, e a rua onde seu tio morava era uma grande rua com casas de formatos iguais e cores diferentes.

A casa dele tinha uma cor azul desgastada, casa de um homem solitário que faltava o toque de uma mulher, a mulher dele morrera há muitos anos e ele viveu só desde então, não chegaram a ter um filho.

O interior era mal arrumado, mas tinha uma estante recheada de livros, uma tv grande, e cômodos interessantes, ele subiu as escadas e mostrou o novo quarto a Paulo.

Era um quarto simples, tinha uma cama encostada em um canto, um guarda-roupa e uma mesinha de estudos encostada na janela, não tinha mais nada no quarto, nada que vinte minutos depois Paulo não tivesse resolvido, colocando pôsteres de filmes e de cantores na parede.

Seu tio tinha internet na casa e puxou uma extensão ate seu quarto, então tudo que teve que fazer foi ligar o notebook e acessar. Mandou e-mail para os pais, conversou com amigos, ate algo lhe chamar a atenção.

A vizinha, uma linda loira de cabelos cacheados, estava se trocando na casa da frente, a janela de seu quarto era de frente a de Paulo e estava iluminada, diferente da de dele, ele tinha a vantagem, podia vê-la e ela não, fechou o notebook e admirou a cena que se passou ali. Devo dizer que Paulo era jovem e tinha desejos, aquilo foi uma distração.

Mais já era noite a dentro e ele precisava dormir, se levantou tirou a camisa e se embrulhou entre os lençóis.

O clima do quarto mudou, o ar ficou pesado e ele ficou com dificuldade de respirar, logo não conseguia mais dormir e acordou, não foi difícil notar que não estava mais sozinho no quarto.

Ele tinha feições calmas, cabelos escuros que chegavam à altura dos ombros, e olhos amarelos que deram medo a Paulo.

-Quem é você?

- Não importa.- Disse ele se aproximando.

-O que você esta fazendo aqui?

-Você precisa ver algo.

- O que?

Ele agarrou o pé de Paulo e o fez acordar.

Só que não era o mesmo quarto, as paredes eram metálicas e descascadas de ferrugem, a cama não tinha colchão, tinha os mesmos moveis, mas de aspectos nojentos e destruídos, quis se levantar, mas não conseguiu, quando olhou para as pernas, não tinha mais, foram decepadas ate a altura das coxas, soltou um grito alto de socorro, portas de metal bateram na parede, e o silencio abateu tudo novamente, o som de passos seguidos de um irritante barulho de metal pesado sendo arrastado reinou solitário, ate se aproximar mais e mais, e parar as portas do quarto de Paulo.

A porta se escancarou e um homem forte e maior que o normal entrou no quarto,a pele dele tinha buracos fundos, alguns se podia ver o outro lado, ele trazia pernas nas duas mãos,e Paulo pode ver que ele tinha pesadas correntes presas nos pulsos e que não se podia a outra ponta, elas estavam muito alem da porta.

O homem colocou as pernas na cama e as encaixou junto às partes que faltavam de Paulo, logo depois puxou uma agulha e uma longa linha, começou a costurar as pernas as coxas dele com uma agulha que parecia estar enferrujada.

Paulo gritava, gemia e depois de 20 minutos sofrendo desmaiou, não sabe ao certo quando acordou, mas se passara muito tempo, no final ele conseguiu se sentar. Ele não tinha lembrado do que aconteceu ate coloca as mãos nas pernas e sentir as costuras, se levantou espantado, e se espantou mais ainda ao perceber que conseguia se movimentar muito bem com aquelas pernas costuradas, ele arriscou sair do quarto.

Se o quarto era medonho, o pátio era pior, um pátio enorme cheio de portas, cobria todo o local, no teto existia um grande ventilador, do qual se podia ver pelas falhas um céu de nuvens vermelhas, pessoas medonhas desfiguradas e sofrendo estavam por todo o lugar, Paulo passou por elas tímido e confuso ate que alguém tocou em seu ombro.

Paulo se virou e viu um garoto de sua idade sorrindo para ele, primeira coisa que notou foi o braço costurado, ele sorriu.

-Oi.

-Ola- Disse Paulo se esquivando um pouco.

-Você que é o cara novo?- Perguntou ele com muita ansiedade para Paulo

-Bem...acho que sou.

Mal acabou de falar isso o garoto o pegou pelo braço e levou para longe do pátio em um quarto reservado.

-Você tem que evitar o pátio, eles podem pegar você?

-Quem pode me pegar?

- Os cerberus

-Cerberus? Onde nos estamos?- Paulo estava confuso, e olhava em volta toda hora.

- Oras, estamos no inferno, não percebeu?

Paulo recuou assustado, o garoto mantinha um sorriso no rosto e isso só deu mais terror à situação, ele então se virou e correu para o pátio.

Mal saiu na porta alguém o agarrou pelo pescoço, era o homem que costurara as suas pernas, seus olhos brilhavam com ódio e um soco com a mesma intensidade nocauteou Paulo.

Ele acordou novamente no quarto onde tudo começou, e o garoto que encontrara mais cedo estava deitado a sua frente, sorrindo como sempre, Paulo não conseguia se mexer, por fim desistiu, foi quando sentiu algo subindo por suas pernas.

-O que é isso?

-Vermes. – Respondeu o garoto sorrindo.

-Vermes?

-Sim, eles comem a gente à noite.

Paulo então reparou que existiam vários buracos no rosto do rapaz, e uma larva saiu por entre os dentes dele, teve vontade de vomitar, foi quando sentiu uma larva subir pela sua coxa e ir em direção ao ânus.

Ele conseguiu se mover e segurar em sua coxa para impedir que o verme entrasse onde não devia, foi quando definitivamente acordou de verdade, o velho quarto reapareceu, e pode sentir suas pernas, suas verdadeiras pernas, pernas que ele usou para pular da cama e sair correndo do quarto.