Entre o céu e o inferno

Entre o céu e o inferno

O homem acima no altar faz suas orações e dita aos fiéis lições e moralidades, estes fiéis em suas palavras se entregam à puritana verdade que lhes é dita. O desespero da lugar a fé cega, afinal esta é a natureza humana.

Em meio a milagres, exaltações e consagrações, um distinto homem entra tranqüilamente neste santuário. Vestindo um pesado casaco negro ela observa atentamente cada ser e fixa um gélido olhar para o homem no altar. Olhos de ódio e desprezo que ele não pode evitar, no mesmo momento se calou e o estranho homem falou;

_ Por quanto tempo ele irá perdoar seus pecados, os mesmos erros sempre. Posso sentir a maldade fluir, pedófilos, prostitutas, assassinos, viciados, todos vocês obtêm o perdão de meu pai. Esta na hora de punir a quem não foi punido, nas existe justiça divina, somente a justiça do inferno!

Subitamente uma sombra negra surge e uma onda de desespero e dor insuportáveis, invisível que não feria o corpo mais feria a alma, como se um pedaço do inferno estivesse presente. Muitos corriam em desespero, pisoteando uns aos outros, em vão, pois as portas estavam seladas e ninguém podia ouvir os gritos de dor. Muitos morreram, obliterados, e para cada pecado existe uma punição. Para uns o corpo e a alma queimavam, para outros, ilusões lhe destruíam a mente, não restando nada.

O entranho homem se aproximou do pastor que tomado de horror não se moveu à espera da morte. Ele colocou a mão sobre seu peito e disse;

_ você que se diz homem de Deus, quantos fiéis fizera morrer na miséria para construir o teu palácio? Quantos você fez acreditar em tuas falsas crenças?. Esta na hora de acabar com a tolice que a sua mente gera. Eu sou o principio e o fim, eu sou Lúcifer!

A mente do pobre mortal foi tomada por inúmeras visões, onde todo o sofrimento que causou a outros estava reunida em sua alma, em um minuto sua vida fora destruída como muitas vidas a quem ele havia destruído. O corpo caiu inerte ao chão.

A vingança havia começado e não iria parar até todos estarem mortos. Eis que uma luz incandescente surge e uma figura feita de energia toma forma humana, e ele diz;

_ Lúcifer não era para ser assim, pare imediatamente!

_ porque eu tenho que ficar assistindo este teatro de cretinos...

_ você esta perturbando o equilíbrio natural, eles devem aprender com seus próprios erros, não devemos interferir...

_ milhões de anos de escuridão, longe de nosso pai para ser subjugado por simples primatas tolos, esta na hora de parar, essa nossa aposta não ira terminar em nada...

_ você esta a violar nossa primeira lei, o livre arbítrio, eles tem que escolher o próprio caminho, o que é certo ou errado, e o resultado provem de suas próprias ações. Não é direito nosso julgá-los Lúcifer!

_ não vejo alternativa a não ser destruir a humanidade, assim não haverá porque lutar ou a quem proteger, Gabriel....

_ sinto muito, mas como comandante do exercito Celeste é o meu dever proteger a Humanidade, não haverá mais mortes...

_ pense bem Gabriel, se você perder a raça humana também perdera com você!

Neste momento dos olhos de Gabriel surge uma luz dourada intensa, como a luz do sol, como se toda a poderosa energia da terra estivesse adormecida em sua alma. Os olhos de Lúcifer brilhavam como lava incandescente e todo o aspecto infernal se faziam presentes em sua aura negra.

_ vou terminar o que começou a milhares de anos atrás!. Disse Lúcifer.

A luta começa de maneira tão violenta que os socos deslocam o ar criando vórtices de energia pura. Pilares vão ao chão com o impacto explosivo dos corpos celestes. Quando Gabriel parecia se abater pela energia maligna, ele se tornou mais forte, tomando sua forma mais magnífica. Asas de aço cortante e olhos que brilhavam como o próprio sol, de suas mãos uma espada flamejante surgiu de luz intensa e poderosa, revelando todo o poder celeste.

Lúcifer ergueu suas asas negras revelando sua forma verdadeira demoníaca e lançou sua energia contra o arcanjo que o expulsou o Éden. O golpe de energia negra não o atingiu por completo, mesmo ferido Gabriel o golpeou no peito, que se contorcendo de dor foi ao chão. Como ultimo golpe ergueu sua espada ao céu e a energia de todas as coisas vivas e naturais da terra se reuniram em sua espada, uma grande esfera de energia pura foi lançada contra Lúcifer que segurou a lâmina com as duas mãos, inutilmente, pois fora consumido pelas chamas caindo inconsciente ao chão.

Gabriel, cansado e ferido ajoelha-se, quando estava prestes a cair de exaustão, seus irmãos rapidamente vão até o seu encontro Michael, Uriel, Miguel tomam seus corpos e os curam.

Sendo assim Lúcifer é levado a julgamento por todos os seus crimes, o juiz fala;

_ anjo caído, se arrepende de teus crimes contra a humanidade?

_ arrependimento? É melhor ser obliterado, considerando que meu próprio pai não o iria fazer. Vocês não compreendem meus objetivos e eu não compreendo os de vocês, só existe redenção por meio da dor....Não quero o perdão de vocês!

O juiz o olhou atentamente, e disse;

_ irmão, terá o símbolo que nos une separado de ti e conhecerás todas as mazelas do mundo em tua própria carne, como punição de teus atos cometidos. Se para você só existe redenção através da dor, que seja feita a tua vontade.

Então Lúcifer abandonou sua forma satânica, revelando sua forma celeste tão magnífica quanto qualquer outra anjo, abrindo suas asas ao céu. Gabriel aproximou-se e arrancou-lhe as asas. Então Lúcifer com o orgulho destruído foi lançado a terra, caindo entre as estrelas ele pode ver pela ultima vez sua morada celeste.

Mas em sua mente a luta não havia acabado, seus filhos estavam a corromper e destruir almas por toda a terra para vingar seu pai. E nas profundezas de seu coração a escuridão permanecia adormecida.

Fim.

Taiane Gonçalves Dias
Enviado por Taiane Gonçalves Dias em 05/09/2009
Reeditado em 11/07/2010
Código do texto: T1794111
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.