INVASÃO MACABRA

As suas camadas giram rápido diante dos meus olhos. As seqüências se casam e a cruz central começa a se definir. Algo acontece em minha “pseudo mente”. O meu sensório motor fica fora de controle e consigo virar o cubo trocando os cubos de borda e mantendo as suas cores. A visão do cubo dançando em minhas mãos assusta, e, determinada, continuo o movimento.

Consigo inverter a posição e as cores também invertem. Neste momento a luz castiga os meus olhos. Os meus dedos atravessam o cubo. Ou será o cubo que me atravessa? Onde as crianças estão? Será que estamos no interior do cubo? Ou...? As crianças me olham. As cores das suas roupas as diferenciam umas das outras, as suas fisionomias apresentam uma singularidade a toda prova. O que fazem ali sentadas olhando para o cosmos? O que esperam? As estrelas inundam a minha retina. Grito. Bato palmas para acordá-las dessa letargia. Nada as movem nada as tiram da posição em que se encontram.

Um astronauta salta da nave e se posiciona bem a nossa frente. Tão longe está da sua casa, sendo assim, somente pode ser visto pelas lentes de um telescópio, e tão perto está do meu corpo, as suas mãos tocam o meu rosto. Que linguagem é está concebida por minha mente. Sonho? Ilusão? Vejo a minha imagem refletida ao lado de estrelas, nebulosas e cometas no visor do capacete do viajante espacial. No seu rosto consigo ver um largo sorriso e mais nada! Não diviso os seus olhos! Somente o seu sorriso me fascina!

A beleza toma formas, aromas, cores, crenças mitológicas, palavras, traços..., vida! Um passarinho azul entra pela abertura do seu traje e encontra abrigo. Ouço o seu trinar dentro do seu peito. Coço os meus olhos, estou sonhando! Uma imensa laranja azul se esconde no reflexo das lentes do seu capacete. A música das baleias invade os meus ouvidos. O barulho e o cheiro do mar exalam do seu macacão espacial. Quem é ele? O que quer me dizer?

Fumaça? Que cheiro é esse? O que está acontecendo? O fogo se alastra rápido. Rolos negros de fumaça podem ser vistos. Bombas lançadas no vazio. Explosões.

O aroma das frutas, as cores dos legumes e verduras dão o tom na segunda feira ensolarada. Os lavradores vendem seus produtos. De repente, silêncio! O sino toca! Silêncio! Explosões.

Assustados homens, mulheres e crianças procuram abrigo na floresta. Silêncio! Aviões sobrevoam e lançam mais bombas. O azul se torna vermelho. As baleias morrem. O pássaro azul não resiste! O mar tinge de vermelho. As crianças morrem carbonizadas.

O homem espacial esconde o seu sorriso. Lágrimas marcam o seu rosto.

Um brilho prateado colore o céu. Os caças alemães carregados com projéteis explosivos bombas incendiárias, metralhadoras assassinas matam civis indefesos. Guernica, 26 de abril de 1937 foi apenas uma experiência para a aprendizagem destruidora dos alemães. Em 01 de setembro de 1939; Adolf Hitler, Führer do Terceiro Reich, ordena a invasão da Polônia, e o estopim para a guerra foi lançado.

A morte sobrepuja a vida! A guerra destrói a paz!