Na confusão da noite
Abriu os olhos e não conseguiu acreditar no que via, estava em um lugar escuro, fétido e, pelo estado das paredes, velho e abandonado. Encontrava-se deitado com fortes dores de cabeça que não lhe permitiam organizar os pensamentos; nem tinha idéia de quanto tempo passara desacordado.
Ao tentar se levantar, foi impedido por curtas cordas presas aos seus finos punhos, tão finos que permitiram sua liberdade. Ao se pôr de pé, tentou entender melhor o que acontecia, mas não conseguia recordar-se de nada.
Forçou os olhos e avistou uma envelhecida porta de madeira, apressadamente a escancarou e deparou-se com a cena mais horrenda de sua vida. A suposta sala em que adentrava estava coberta de sangue e corpos dilacerados violentamente. Ficara paralisado, sua confusão triplicava, uma nauseante mistura de odores iam ao seu encontro.
Sem saber o que fazer, perguntou a si mesmo: seriam seus seqüestradores aqueles mortos que encontrara? Por que foram mortos? Por quem? Recuperou os movimentos e correu entre os corpos sem vida em direção à saída, onde encontrou um denso bosque banhado pelo luar.
Não sabendo para onde ir, lá ficou, observando pensativo o lugar, foi quando das profundezas da floresta, um par de olhos alaranjados como brasas flutuantes surgiram e numa velocidade sobrenatural uma criatura veio ao seu encontro, provocando um grito abafado pelo despertar desesperado de seu pesadelo.