O MAGO E O APOCALIPSE.

Eheheheheheheheh.......Hummm ele está entre nós, éééééé, ele está aqui sim...
Olhe as mortes, quantas,  ehehehehehehe...Daqui dá pra ver tudo, mas só eu sei o segredo disso tudo, simmm, eu sei...
2666, este número mais que um ano na idade da terra, trazia no 666 o número da besta...
Abril, o crepúsculo de um dia chuvoso, escondia entre as ramagens da beirada de um grande reservatório de água uma sinistra figura, mistura de mago com mendigo, um profeta por todos marginalizado, justamente pelas previsões macabras daquele início do ano da besta, seriam mil anos de perturbações...
___Haverão choros e sangue, haverá sim, muito sangue... Predizia ele aos 4 ventos...
Alí diante de seus olhos a maré negra que tomava conta de toda a represa, trazia boiando, centenas de corpos, 52 dias de chuvas, deslizamentos...mortes e o mago preparando-se para receber seu mestre das trevas...
A ladeira que levava alguém que estivesse no alto da represa para a vila, serpenteava por duas montanhas, mas, nada havia na vila, há muito o terror havia eliminado a última voz humana dalí...
Só o mago vivia naquele reduto escolhido por satanás, ele e a certeza de que a civilização estava por desaparecer, aqueles corpos boiando eram a certeza, sim o mal havia chegado para o juízo final...
Era ele, e só ele agora, logo as hordas da outra dimensão viriam tomar conta do planeta...
Entre as montanhas o mago já sem nada para comer, pois tudo estava envenenado pela desgraça da besta, aguardava tal qual um faquir a lenta morte que o aguardava.
Os mortos continuavam a vir do outro lado das montanhas sobre as águas negras da represa...
Quando o crepúsculo já ia dando lugar a noite, finos raios de sol, brilharam no horizonte, para em seguida, mergulhar toda a cordilheira na completa escuridão...
Nem os coiotes que antes lhe deram tantos temores, hoje a praga havia exterminado, a noite era silenciosa, e hoje o céu estava claro e estrelado, como muito o mago não via...
O mundo deve estar sendo renovado, pensava ele...
Adormeceu em meio as ultimas folhagens da serra.
O vermelho da aurora, e a fraqueza do velho mago, não o deixou ver o rastro de ar gelado deixado pelo avião a grande altitude, só mais tarde já com o sol alto o mago despertou...
Já no limite de suas força, decidiu: Iria ver o que acontecera com o mundo, pois resumia o mundo a poucos km além das montanhas...
Andou, andou e já no meio da tarde, chegou ao cume da terceira serra, lá ao longe, avistou muralhas destruídas... Sim o armagedom se deu, pensou.
Sentiu uma ardencia no peito, cuspiu uma espécie de carvão, e ao mesmo tempo no chão notou, que as plantas apesar de ainda não estar no inverno estavam todas mortas...
Quando acabara de descer da serra, numa pequena estrada, 15 pessoas o cercaram...
Vestiam longos trajes espaciais, capacetes, balões de oxigenio, luvas e botas.
O intruduziram dentro de um carro militar blindado, e na confusão mental achou ele que estava sendo resgatado pelo demônio para habitar o novo mundo...
___Então, eheheheh, muitos sobreviveram...Vamos para onde rapazes, eheheheheh....
O mago não sabia, mas vivia numa área onde havia acontecido a maior tragédia atômica da humanidade.
Há exatamente 1 mes atrás, sabotagens haviam destruido 4 usinas nucleares, e numa área igual a Portugal havia sido afetada, 270 milhões de pessoas já haviam morrido, e na falta de lugares para enterrarem, eram jogados nos lagos e rios,
o próprio mago seria uma vítima, mais cedo ou mais tarde, o que o salvou foi a altitude em que vivia e a proteção dos  penhascos que não traziam ventos dos lados das explosões nucleares.
No misticismo do mago, a causa da tragédia era o ano da besta, 2666, a realidade foi a sabotagem nuclear, mas de qualquer ponto que se olhe, vê-se a mão do mal direcionada para a humanidade, quem sabe Deus não esteja combatendo hoje
para nos fazer livres amanhã.

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 30/05/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1623264
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