DECK

Seria aquela uma noite memorável, a inauguração  da lanchonete mais alta de toda a região, da estrada ja avistavam-se as luzes no alto do morro, era um sábado de lua cheia e céu claro e estrelado.
Não parecia que algo poderia ofuscar tão lindo espetáculo, a estrada serpenteava a montanha e lá no alto, luzes
coloridas plantavam no céu a beleza daquele local inacreditavelmente belo.
A lanchonete tinha capacidade pra 500 pessoas, e o Deck, construido ao lado, sobre um desfiladeiro, mais 400 pessoas.
Do alto sobre o Deck, avistavam-se grandes distancias, esavam a 600 metros de altura.
Tinha a lanchonete toda a sua base sobre a montanha e por falta de espaço o Deck fora construído no vazio, abaixo dele 300 metros até o chão, uma maravilha da engenharia.
21:00 horas, a queima de fogos anunciou a noitada, com discurso do proprietário:
 "Senhores, disse ele, hoje realizamos um sonho, o sonho de inaugurar as asas que nos permitirão ficar bem perto do céu, ao lado de Deus, pois do Deck, olharemos e teremos o mundo aos nossos pés.
Sejam todos bem vindos e boa viagem às alturas.Concluiu".
Uma salva de palmas ensurdeceu todo a montanha e ecoou no vale, como a despertar algo terrível.
Já passavam das 23:00 horas, e o Deck entre as pessoas em pé e sentadas ja passavam de 600.
No caixa da lanchonete, volta e meia o dono olhava para aquele lado, no fundo achava pessoas demais sobre o local.
Mas ficou tranquilo quando de longe um dos engenheiros construtor lhe deu um sinal de ok e passou os dedos nos lábios numa clara insinuação de que realmente estava tudo bem.
Era 01:00 da madrugada quando o Deck deu os primeiros sinais de fadiga.
Alguns clientes vieram ao balcão, relatar sobre estranhos solavancos na parte lateral do Deck, mas nada foi
levado em conta, por estarem os rapazes bêbedos.
02:35 da madrugada, do caixa da lanchonete, o proprietario viu a parte externa do Deck, sumir da sua visão, e segundos depois, sob gritos de horror, o restante do Deck mergulhou no vazio, mas ficou enrroscado a 30 metros no penhasco, liso como antes da inauguração, pelo menos 500 almas estavam no fundo do precipício agonzantes a espera da morte.
Com o olhar petrificado nas ferragens que ainda prendiam o Deck a lanchonete o proprietário, fez menção de fugir.
Deu cinco passos, e junto com umas 100 pessoas foi arrastado pelo Deck ao precipício, e voaram todos como ele mesmo teria dito, para perto de Deus.
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 22/04/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1553630
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