Próximo
Aquele que já havia matado centenas. Os homens, apenas eles, podiam fazer aquele serviço. E eles nunca se saciavam. A sede de ver sangue era maior que qualquer outro sentimento. E ele tinha que continuar.
No momento, o homem estava na frente daquela criança de olhar inocente. A faca, de lâmina cromada e cabo com detalhes em ouro branco, estava apontada para a face do garoto. O pequeno apenas olhava com curiosidade a ponta prateada da arma nas mãos do homem. Virou-se para o corpo morto ao seu lado. Não entendia a razão de sua mãe estar deitada no chão sobre um liquido rubro.
O homem sorria. Estava feliz por ter encontrado aquela criança.
- Criança. Posso não saber seu nome, assim como eu não soube o nome de meu tutor. Vou lhe dar essa faca, passada por muitos anos pelos homens que matam pessoas por puro prazer. Te adotarei como um filho. Mas sem o amor paternal. – e respirou. - Apenas para passar meu legado.
A criança sorria. Queria ser pega no colo pelo estranho que acabara de assassinar sua mãe.
O pequeno seria o próximo a receber a bela lâmina, e assim como aquele homem, teria que passar o legado ao próximo.