Pressão
Enquanto corria, sentia estar sendo seguido por passos silenciosos. Por todos os lugares que passava, via vultos andando no mesmo ritmo que o seu.
A respiração descompassada, o suor que lhe escorria pela testa. Não sabia a razão de estar sendo perseguido por eles, aqueles que sempre estiveram ao seu lado.
Chegara ao fim. Não havia saída na sala redonda e escura. Conseguia senti-los ao seu redor, encarando-o. Então luzes se acendem sobre ele. A saleta redonda revelava seus vários espelhos, cada reflexo encarando o homem no centro.
“A culpa é sua. A culpa á sua.”, diziam repetidamente todas as copias refletidas, apontando os dedos indicadores de forma acusadora e ameaçadora.
- Não! Vocês estavam junto comigo. Deviam estar ao meu lado. – choramingava o homem, ajoelhando-se no chão. – Calem a boca. Calem a boca!
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Seus pensamentos o invadiam novamente. Estava de joelhos frente ao corpo morto da mais nova vítima. Eles sempre apareciam quando cometia algum assassinato. E não o abandonariam até que tudo acabasse.