O Terror de Mugulú
Ivan Ferretti Machado
As vezes me passam certas coisas pela cabeça que chego a pensar que sou meio louco ou no mínimo meio abestaiado. Andei vasculhando os arquivos da memória e puxa daqui, puxa dali veio-me quase que de repente um pensamento um tanto absurdo que até comentei com o Mugulu, um conhecido meu, dias destes quando estavamos sentados ali na escadaria da igreja jogando conversa fora e por incrível que pareça ele concordou comigo em gênero e grau, o que me levou a concluir que ele , no mínimo, é tão louco quanto eu.
Argumentamos o seguinte: O segmento que mais gera emprego neste pais é exatamente a indústria do crime. Vejam só a quantidade de pessoas que tem emprego diretamente ou indiretamente ligados ao crime organizado ou desorganizado: Milhares de trabalhadores na Polícia Militar, milhares de trabalhadores na Polícia Civil, milhares de trabalhadores na Guarda Municipal, milhares de Trabalhadores na Polícia Federal, milhares de Trabalhadores na Polícia Rodoviária, milhares de trabalhadores na Polícia Florestal, milhares de trabalhadores na Polícia Ferroviária, Milhares de trabalhadores na Polícia Ambiental, Guardas Noturnos, Vigias, Vigilantes, Porteiros, várias empresas de seguranças, escolas de formação para seguranças, guarda costas, oficinas especializadas em carros blindados, serralherias para fazerem aqueles enormes portões para proteger o trabalhador dentro de sua própria casa, empresas especializada em fabricação e de instalação de alarmes, seguradoras, carcereiros, empresas especializadas em fabricação e de instalação de equipamentos de segurança, delegados, juizes, advogados, e mais um montão de trabalhadores que com certeza esquecemos de enumerá-los aqui. A estes eu peço mil perdões por tê-los esquecidos, porém rogo encarecidamente que me lembrem para que eu possa coloca-los na lista acima.
Sem contar é lógico as milhares de pessoas que trabalham para o crime organizado e as milhares de igrejas que faturam verdadeiras fortunas na promessa vã de salvar essas pessoas. Deixando bem claro que pelo menos meia dúzia delas trabalham corretamente. Tem também as indústrias de colchões que eles sempre colocam fogo e o estado tem que estar sempre repondo (Dá-se até a impressão que é tudo combinado, para que alguém fature alto com isso). Resumindo tudo, chegamos a seguinte conclusão: Se a Indústria do Crime falir, metade dos brasileiros ficarão desempregados. Moral da história: Muita coisa tem que ser mudado nesse país, para que eu e o Mugulu não sejamos taxados de loucos. (Isto sim é um verdadeiro conto de terror.)
Ivan Ferretti Machado