pacto

Sábado de manhã:

Sábado, sete horas da manhã. Junior acordou e não sabia aonde estava. Um apartamento qualquer e uma moça loira não muito atraente deitada ao seu lado. Havia sangue por todo lençol. Ele se assustou e rapidamente colocou a roupa e saiu porta afora. Chegando na rua percebeu que colocou a camiseta ao avesso e acertou a camiseta. Era bem cedo e não havia quase ninguém na rua. Verão, estão todos na praia. Mesmo tão cedo o calor era intenso. Junior apressou o passo numa região da cidade que não conhecia, tentando achar um local conhecido. Passando pelas ruas, as casas de cores apagadas, as grades todas fechadas. Nada familiar, Junior se sentia em outro mundo. Quem era aquela garota morta? O que ele fazia lá? Não lembrava nada da noite anterior. Lembra apenas que começou a beber depois do trabalho sozinho, como era de seu costume, beber sozinho, viver sozinho. Junior era um solitário por natureza, anti social ao extremo. Como ele poderia ter conhecido aquela moça? Junior não era do tipo que dava cantadas em bares. Junior também não usava drogas, para ter apagado de tal forma a noite anterior das memórias. E nunca teve a famosa amnésia alcoólica. E Junior com estes pensamentos caminhava cada vez mais rápido, começava a suar, estava quase correndo. E pensava “meu deus não tem ninguém na rua para me dizer aonde estou e que lugar é este!!”. Junior no seu desespero acabou achando um bar aberto aonde só o atendente estava lá. Quando entrou no bar o atendente sorriu e disse “senhor, estávamos lhe esperando!”. Junior teve um ataque, no seu estado de desespero e desorientação gritou “ME ESPERANDO? COMO ASSIM? EU NUNCA ESTIVE AQUI ANTES E NUNCA TE VI NA VIDA!! O QUE ESTA HAVENDO?” e o atendente calmamente sorri e pergunta a Junior “o senhor não se lembra de ontem a noite?” Junior sacode a cabeça fazendo sinal que não. O atendente da aquela gargalhada demoníaca e rememora Junior.

Sexta a tarde:

Junior estressado com o trabalho, chefe no seu pé, colegas irritantes e só pensava em encerrar o dia e ir para casa. Deitar e ler um livro. Junior larga o trabalho por uns minutos e vai fumar um cigarro. Não vai ao fumodromo da empresa, aqueles colegas xaropes ali fumando, contando piadinhas imbecis. Ele desce ate o estacionamento. Não tem um único banco, senta naquelas pedras compridinhas de estacionamento. Junior acendo o cigarro e da uma bela baforada, traga fundo e respira mais aliviado. Fica ali fumando seu marlboro escondido atrás de um carro. Quando uma pessoa lhe toca o ombro. Ele se assusta e vira rápido, “você tem um cigarro, meu amigo?” pergunta o sujeito. Junior lhe da os ombros e pega no bolso da camisa um cigarro. Passa ao rapaz, que devia ter uns vinte e poucos. “fogo?”, o jovem diz. Junior perdido em seus pensamentos repete a pergunta “fogo?!”; “é para acender o cigarro”, “ah” e Junior lhe passa o isqueiro. E o jovem começa um conversa mas Junior esta perdido entre seus pensamentos de solidão:

- dia difícil, camarada?

- É.

- Sei como é. Também já estive sob pressão. Mas hoje em dia faço o que quero a hora que quero.

- Hahaha – Junior da uma risada – eu só quero estar em paz.

- “cuidado com o que se deseja, você pode conseguir” – diz o rapaz.

- Quem me dera. Não agüento mais estes seres, digo humanos. São o pior.

- Com dizem por ai “o inferno são os outros”; hahaha – o jovem se diverte com expressões de pré fabricadas.

- Talvez você tenha razão, mas eu faria qualquer coisa para ficar, como diria, em paz, na minha, sem ninguém me enchendo a paciência.

- Eu sei, você é um solitário, se sente melhor sozinho com um livro. Não gosta de sair a noite, não tem namorada, não gosta de reuniões familiares. Não é mesmo?

Junior se assusta, este jovem de roupa casual, que nunca tinha vista falando dele assim. Como um velho conhecido. Fica curioso e com medo, mas se controla e solta a pergunta clássica. “quem é você?”; ai é a vez do jovem dar uma boa risada e fala “estou te observando a bastante tempo. Sei quem e o que você é. Estou aqui para te ajudar. Mas terá que fazer uma coisa para mim. Sei que você não acredita no sobrenatural. Mas algumas coisas que não imaginamos estão acontecendo a todo momento.”. Junior entende o que ele diz e pergunta “você é um padre ou algo assim?quer que eu entre para algum grupo clerical? Estilo igreja renascer?”. Ai o jovem se finou de tanto rir. “sou praticamente o oposto. E vou lhe passar umas instruções para ter o que você deseja, se realmente quer isso”

Sexta feira a noite:

Junior esta na porta de um bar fumando um cigarro, já que não se pode mais fumar em lugares fechados. Quando surge uma loirinha de quase trinta para fumar um cigarro, pede fogo ao Junior. “fogo?!” diz ele. “é!”, “esta aqui!” e estende o isqueiro.

- como você se chama? – pergunta Junior

- Maria, e você?

- Maria como a virgem?

- Hahaha – a Maria da umas risadas – isso mesmo!

- Ouvi falar de você, sabia?

- Bem ou mal?

- Depende do ponto de vista.

- Quer um drink?

- Aceito. – diz Junior.

E entram no bar, tomam vários hi-fi’s. conversa vai e conversa vem. Já são quase uma da manhã. Junior se esmerou em parecer o mais sociável do mundo e a moça estava bem aberta a um bom papo. Junior convidou ela a ir para um lugar mais reservado. Ela sugeriu seu apartamento. Tomaram um táxi, era perto dali o apê da garota. Chegaram lá e ela serviu mais uns drinks. Junior contou algumas piadas e eles riram. Se divertiram bastante. Ate que a moça fez a frente e deu um beijo longo em Junior. “que virgem você é, hein?” e ela deu uma risada e beijou ele de novo. Foram se beijando ate o calor subir ao maximo. Foram para o quarto, onde a moça, Maria, tirou as roupas de Junior. E logo em seguida tirou as suas. Fizeram sexo oral um no outro e depois fizeram amor loucamente. Quando acabaram Maria pediu um beijo e tomou um banho e depois deitou nua na cama enquanto Junior fumava mais cigarros nervoso. Estava chegando a hora de missão dele. Quando Maria caiui no sono profundo, ele pegou uma faca de açougueiro e arrancou o coração de Maria. Em um ritual satânico ele comeu o coração cru com o símbolo do demônio desenhado com o sangue de sua vitima na parede. Neste minuto toca o celular de Junior, que vai ate a sala e atende ele. O jovem do outro lado pergunta “você fez não fez?”; “sim!” responde solenemente. “Agora terá sua paz.”

E o desejo de Junior de ficar só, solitário no mundo num open bar se realizou!!!

14:14hrs

20/01/2009

Omar dito.