Eu sempre tive uma fantasia com as pernas dela. Não com os seios, com a boca ou com a bunda.
Além do mais, era sempre o mesmo sonho: O facão, o sangue, o pote de molho barbecue...
Fico duro só de pensar.
Acordei ontem de manhã depois da, não sei, milésima vez que sonhei com aquelas pernas grossas dela. Tinha sujado meus lençóis, e decidi que não agüentava mais. Esperei chegar a noite (só a antecipação me obrigou “liberar a tensão” cinco vezes durante o dia), pus uma toca preta, peguei o facão que guardo com minhas ferramentas no galpão e marchei até a casa dela.
Todas as luzes estavam apagadas, menos a do quarto dela no segundo andar. Subi na árvore e abri a janela do outro quarto.
Entrei, e assim que saí para o corredor, ouvi um grito vindo de seu quarto.
Congelei de medo, porém sabia que não tinha como ela ter me visto, e, além disso, eu não tinha feito nenhum barulho.
Eu sabia que se desistisse agora, eu nunca ficaria livre dos sonhos.
Então me dirigi de encontro ao som.
Com o ouvido encostado na porta, eu consegui ouvi-la, berrando e chorando, e gritando com uma voz mais aguda do que eu pensei ser possível para um ser humano.
Assustado, chutei a porta com força suficiente para arrancá-la das dobradiças, e o que eu vi, eu nunca esquecerei enquanto viver:
Ela estava deitada na cama, o choro interrompido, substituído por um olhar que era misto de dor e surpresa.
Havia um homem de pé ao lado dela, um homem que eu reconheci como sendo um vizinho nosso em comum. Ele segurava com as duas mãos a perna esquerda dela, decepada na altura da cintura, um machado sangrento deitado no tapete junto à cama.
Ele a tinha lambuzado com algo, e estava arrancando com os dentes, grandes pedaços da parte carnuda da coxa.
A situação seria cômica; e de fato foi, por alguns segundos, nós três nos olhando com expressões de surpresa estampadas em nossos rostos, nossos olhos arregalados. Até que os gritos dela voltaram, lavando a graça embora.
Uma expressão de fúria tomou conta de minha face, e eu o encurralei, meu facão em seu pescoço.
“Mas o que é isso?”, gritei.
Seu olhar era o de um homem morto.
“Você está usando mostarda?!”
E nós dois caímos na risada.
Além do mais, era sempre o mesmo sonho: O facão, o sangue, o pote de molho barbecue...
Fico duro só de pensar.
Acordei ontem de manhã depois da, não sei, milésima vez que sonhei com aquelas pernas grossas dela. Tinha sujado meus lençóis, e decidi que não agüentava mais. Esperei chegar a noite (só a antecipação me obrigou “liberar a tensão” cinco vezes durante o dia), pus uma toca preta, peguei o facão que guardo com minhas ferramentas no galpão e marchei até a casa dela.
Todas as luzes estavam apagadas, menos a do quarto dela no segundo andar. Subi na árvore e abri a janela do outro quarto.
Entrei, e assim que saí para o corredor, ouvi um grito vindo de seu quarto.
Congelei de medo, porém sabia que não tinha como ela ter me visto, e, além disso, eu não tinha feito nenhum barulho.
Eu sabia que se desistisse agora, eu nunca ficaria livre dos sonhos.
Então me dirigi de encontro ao som.
Com o ouvido encostado na porta, eu consegui ouvi-la, berrando e chorando, e gritando com uma voz mais aguda do que eu pensei ser possível para um ser humano.
Assustado, chutei a porta com força suficiente para arrancá-la das dobradiças, e o que eu vi, eu nunca esquecerei enquanto viver:
Ela estava deitada na cama, o choro interrompido, substituído por um olhar que era misto de dor e surpresa.
Havia um homem de pé ao lado dela, um homem que eu reconheci como sendo um vizinho nosso em comum. Ele segurava com as duas mãos a perna esquerda dela, decepada na altura da cintura, um machado sangrento deitado no tapete junto à cama.
Ele a tinha lambuzado com algo, e estava arrancando com os dentes, grandes pedaços da parte carnuda da coxa.
A situação seria cômica; e de fato foi, por alguns segundos, nós três nos olhando com expressões de surpresa estampadas em nossos rostos, nossos olhos arregalados. Até que os gritos dela voltaram, lavando a graça embora.
Uma expressão de fúria tomou conta de minha face, e eu o encurralei, meu facão em seu pescoço.
“Mas o que é isso?”, gritei.
Seu olhar era o de um homem morto.
“Você está usando mostarda?!”
E nós dois caímos na risada.